Leonard Cohen

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  • segunda-feira, 29 de setembro de 2008
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  • A primeira vez que vi – e ouvi – Leonard Cohen foi no filme do Festival da Ilha de Wight (1970). Chamou-me atenção aquela figura com um visual mais para os "beatniks" da década de 1950 do que para os "hippies" da década de 1960, que começou a sua apresentação com um discurso sobre a fragilidade da nação inglesa e, a seguir, emendou com uma das canções mais bonitas que eu já tinha ouvido: "Suzanne". A sua voz levemente anasalada, porém suave, lembrava uma mistura de Bob Dylan com Paul Simon, mistura esta que também estava presente no lirismo da letra de "Suzanne". Ao começar a pesquisar a obra de Cohen, deparei-me com um poeta pop de altíssimo nível e que – apesar da associação que eu havia feito com Dylan e com Simon – desenvolveu uma obra altamente original, com algumas das mais brilhantes canções que a música pop já produziu – além de "Suzanne", destaco "So long, Marianne", "The Partisan", "Fabulous Blue Raincoat", "Chelsea Hotel", dentre outras. Sua trajetória pessoal também chamou minha atenção: em meados da década de 1960, com mais de 30 anos de idade, ele já era um escritor consagrado em seu país, o Canadá, chegando, inclusive, a ser comparado por alguns críticos literários à James Joyce. No entanto, ele largou tudo, inclusive a família (ele fala sobre o adeus à sua primeira mulher, na belíssima "So Long, Marianne") para ir para os EUA iniciar uma nova carreira de músico. No Brasil, não há muita coisa em catálogo da obra fonográfica de Cohen. Salvo engano, só é possível encontrar nas lojas brasileiras a coletânea dupla – excelente, por sinal – intitulada “The Essential Leonard Cohen”. Abaixo, reproduzo a onírica – e maravilhosa - letra de “Suzanne”.

    "Suzanne"

    Suzanne takes you down to her place near the river
    You can hear the boats go by
    You can spend the night beside her
    And you know that she's half crazy
    But that's why you want to be there
    And she feeds you tea and oranges
    That come all the way from China
    And just when you mean to tell her
    That you have no love to give her
    Then she gets you on her wavelength
    And she lets the river answer
    That you've always been her lover
    And you want to travel with her
    And you want to travel blind
    And you know that she will trust you
    For you've touched her perfect body with your mind.
    And Jesus was a sailor
    When he walked upon the water
    And he spent a long time watching
    From his lonely wooden tower
    And when he knew for certain
    Only drowning men could see him
    He said "All men will be sailors then
    Until the sea shall free them"
    But he himself was broken
    Long before the sky would open
    Forsaken, almost human
    He sank beneath your wisdom like a stone
    And you want to travel with him
    And you want to travel blind
    And you think maybe you'll trust him
    For he's touched your perfect body with his mind.
    Now Suzanne takes your hand
    And she leads you to the river
    She is wearing rags and feathers
    From Salvation Army counters
    And the sun pours down like honey
    On our lady of the harbour
    And she shows you where to look
    Among the garbage and the flowers
    There are heroes in the seaweed
    There are children in the morning
    They are leaning out for love
    And they will lean that way forever
    While Suzanne holds the mirror
    And you want to travel with her
    And you want to travel blind
    And you know that you can trust her
    For she's touched your perfect body with her mind
     
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