POLÍTICA INTERNACIONAL - O pacto dos cinco olhos.


       
OS CINCO OLHOS: ENTRE ELES NÃO SE ESPIONAM!
      
(Walter Oppenheimer - El País, 27) 1. Estados Unidos e Reino Unido não estão sós em sua viagem à espionagem global. Contam com íntima colaboração de outras três nações anglo-saxãs: Austrália, Canadá e Nova Zelândia. Todos juntos formam o que se conhece como Cinco Olhos, um exclusivo clube branco e de língua inglesa cujos sócios juraram colaborar da forma mais estreita possível intercambiando informação de inteligência e repartindo-se o mundo em seus rastreios.
      
2. Seu início de funcionamento formal foi formalizado pelo Acordo Britânico/Norte-Americano conhecido como UKUSA e assinado em 1946 em caráter de absoluto segredo, até o ponto que sua existência era negada durante muitos anos. Diz-se que o primeiro-ministro da Austrália não foi informado até 1973 de que seu próprio país participava do clube.
      
3. O pacto dos Cinco Olhos não é só de colaboração, mas de que entre eles não se espionam.
Clique para ver...

EUA - Os aliados dos EUA estão mesmo chocados com a espionagem ou é jogo de cena?

Diário do Centro do Mundo


Os aliados dos EUA estão mesmo chocados com a espionagem ou é jogo de cena?

by Diario do Centro do Mundo
US President Barack Obama meets with Ger


Se a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) realmente grampeou o celular de Angela Merkel, como os alemães acreditam, os americanos terão quebrado uma regra fundamental da espionagem - cortesia do ex-funcionário da inteligência fugitivo Edward Snowden.
Em termos simples, eles foram pegos. Nos últimos dias, uma série de reportagens indicaram o alcance das atividades de vigilância americanas - na França, na Alemanha e na Itália. Governos europeus aliados dos Estados Unidos estão um tanto irritados e a administração Obama está um tanto envergonhada.
Eu digo "um tanto" porque, pelo que indicam os comentários desde o início destas revelações, há uma espécie de jogo de sombras acontecendo aqui.
É um pouco como naquele momento do filme clássicoCasablanca, quando o chefe de polícia demonstra surpresa ao saber que acontecem jogos de azar em um estabelecimento que ele sabe muito bem ser um cassino - momentos antes de que um funcionário o entregue o dinheiro que ele também ganhou apostando.
Quase todos os governos realizam operações de vigilância e espionagem contra outros países cujas atividades são importantes para eles.
Alguns são amigos; alguns são inimigos; alguns podem só estar em locais interessantes ou ter laços com países que são de interesse.

'Coisas acontecem'

O que as diferencia são o alcance e a escala destas operações. Isso depende da motivação e dos recursos disponíveis.
Não surpreende que os Estados Unidos, com seu sentido de missão global, sua constelação de agências de segurança diferentes e suas habilidades técnicas tenha um alcance maior que a maioria.
Os governos podem até expressar surpresa quando tais atividades aparecem à luz do dia. Às vezes, isso pode ter sérias consequências.
Israel e os Estados Unidos são aliados próximos, mas cada um deles tenta conseguir vantagens coletando informações sobre o outro.
Mas quando, em 1985, um analista civil da Marinha americana, Jonathan Pollard, foi revelado como um espião israelense - algo que Israel demorou a reconhecer - ele foi julgado e permanece na prisão.
Por algum tempo, os laços de inteligência entre os países foram fortemente ameaçados.
Em outras situações, a vigilância pode ser desmascarada, mas nenhum culpado é identificado.
Em maio de 2012, muitas "portas dos fundos" foram encontradas em programas de computador nos escritórios mais recônditos do Elysee Palace - a residência do presidente francês.
Os franceses suspeitaram fortemente da Agência de Segurança Nacional, apesar de os americanos negarem qualquer responsabilidade.
Isso impediu que o presidente François Hollande continuasse ao lado dos americanos apoiando uma ação militar na Síria?
Não - assim como Israel e os Estados Unidos ultrapassaram o caso Pollard e mantêm laços militares e de segurança.
Então "coisas acontecem", como disse certa vez o ex-secretário de Defesa americano Donald Rumsfeld.
Quando tais episódios são revelados, a parte prejudicada - neste caso os governos francês, alemão, brasileiro e mexicano (e a lista vai crescer) fica incomodada.
Eles protestaram. Eles estão dizendo todas as coisas que seus eleitorados esperam que eles digam nestas circunstâncias.
A Alemanha e a França querem ir mais além e arrancar algum tipo de documento de Washington, certificando que irá "comportar-se" no futuro.
Mas além de um ato público de contrição, tal documento provavelmente não valeria nem o papel em que estiver escrito.
Logo mais os espiões voltaram ao trabalho como antes. Mas será?
Por outro lado, apesar da possibilidade de que parte da surpresa sobre o alcance da vigilância americana seja falsa, nem tudo é atuação.
Há preocupações reais e seria errado dizer que toda condenação a Washington é hipérbole. Coisas importantes estão acontecendo no mundo e duas delas são de importância central aqui.
Uma delas é que esta é a era do "big data" (coleta de dados complexos e em larga escala), da nuvem e da nossa crescente dependência das máquinas.
snowden
Ao lado disto está o fato de que a habilidade técnica para monitorar, armazenar e separar informações cresce exponencialmente.
Isso levanta todo tipo de preocupações reais sobre a privacidade, a extensão das ações do Estado e assim por diante, questões que foram jogadas sob os holofotes pelas revelações de Edward Snowden.
O "big data" também nos expõe potencialmente a um risco maior de ciberataques.
Então a questão sobre onde devem ser os limites da vigilância é quase sempre problemática. De fato, até agora a discussão só se concentrou em vigilância e contraterrorismo
Mas há debates igualmente importantes no campo da defesa contra ciberataques, onde alguns dizem que bancos de dados também grandes - a maioria privados, mas que transitam na esfera pública - podem precisar ser analisados.
A outra grande mudança é na arena internacional. Novas potências econômicas estão surgindo.
Os Estados Unidos continuam sendo um dos principais atores, mas em termos absolutos, são menos dominantes.
Por isso, o país precisará agir mais com seus aliados para conseguir as coisas, mas ação conjunta requer confiança.
A liderança americana também requer uma imagem positiva. Hoje, o "soft power" americano - sua força de exemplo - importa tanto quanto sua força militar.
E esta imagem foi prejudicada pelas revelações de espionagem.
Aqueles que são céticos a respeito do poder americano ganharam mais razões para manter essa visão.
E os que comemoraram o desejo do presidente Barack Obama de afastar a política externa americana da tortura e de Guantánamo - e torná-la mais baseada nos valores americanos - ficarão frustrados.
Clique para ver...

POLÍTICA - Luis Nassif e a pesquisa do Ibope.


Por Luis Nassif

"A última pesquisa Ibope traz algumas informações que devem ser relativizadas e outras são relevantes.

No primeiro grupo, os índices de aprovação dos novos candidatos em comparação com os que participaram de eleições presidenciais. Políticos como José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva são mais conhecidos do que Aécio Neves e Eduardo Campos.

Mesmo assim, chamam a atenção as seguintes conclusões:

1. Na pesquisa espontânea (na qual os pesquisados indicam seu candidato espontaneamente), Dilma recebeu 21% das indicações, Aécio 5%, acima dos 4% de Serra, dos 2% de Campos e abaixo dos 6% de Marina.

2. Entre eleitores com ensino superior, Dilma cai para 15%, Marina sobe para 11%, Aécio vai para 7%, acima dos 5% de Serra e dos 3% de Campos.

3. É curioso avaliar o desempenho de Serra no extrato superior e no extrato inferior de renda. No superior, fica com 4%, atrás dos 17% de Dilma, 10% de Marina e Aécio. No extrato inferior, cai para 2%, contra 33% de Dilma, 3% de Campos, 3% de Marina a 0% de Aécio.

No caso da pesquisa dirigida (aquela em que o entrevistado recebe uma cartela com nomes de candidatos), Dilma Rousseff reina absoluta em qualquer cenário. Tem 41% de preferência em um cenário com Marina (22%), Aécio (14%) e Campos (10%). E com expressivos 22% de brancos e nulos.

Sem Marina, Dilma mantém os 41% contra 14% de Aécio e 10% de Campos. E os mesmos 22% de brancos e nulos. Entrando Marina no lugar de Campos, Dilma cai levemente para 39%, Marina vai para 21% e Aécio para 13%.

Dilma mantém 40% em um confronto com Serra (18%) e Campos (10%).

Mas o ponto central de análise é a taxa de rejeição. É ela que determina o teto de cada candidato.

Três candidatos ficam na faixa de 40% de rejeição – Aécio com 40%, Dilma com 38% e Campos com 39%. Serra salta para expressivos 47% e Marina cai para cômodos 31%.

À medida que os candidatos se tornem mais conhecidos e a batalha, mais acirrada, haverá aumento da taxa de rejeição dos demais.

Nas eleições, os candidatos não constroem a imagem de forma homogênea. Nas classes de menor renda, sobressaem as impressões sobre cada candidato, sua capacidade de se mostrar mais ou menos solidário com os mais pobres.

Fica evidente nas pesquisas a dificuldade do PSDB em desenvolver um discurso minimamente atraente para essas faixas. Mas é curioso que o discurso ecológico de Marina – visando aos leitores de média e alta renda– é mais forte do que sua origem humilde – que poderia provocar alguma identificação nos eleitores de menor renda. Decididamente, até agora eles não parecem se identificar com ela.

Há uma faixa de formação de imagem que passa pelo discurso político, pela visão programática. Nesse campo, Dilma se alicerça no discurso social do PT e do lulismo. E Marina herdou o contraponto do discurso neoliberal –que está migrando rapidamente do PSDB para ela.


Aécio e Campos são candidatos ainda à procura do discurso.

Aécio teria algumas boas experiências mineiras para mostrar. Mas parece preso a um invencível sentimento de inferioridade em relação ao núcleo paulista do PSDB – que oscila entre o discurso vazio de FHC e o fundamentalismo de Serra."
Clique para ver...

Lou Reed




* Lou Reed - Perfect Day (Live At Montreux 2000)

(Singela homenagem do blog ao artista ontem falecido)
Clique para ver...

Entrevista com Boaventura de Souza Santos




Sociólogo português Boaventura de Sousa Santos veio ao Brasil para o lançamento de dois livros: "Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos" e "Direitos Humanos, democracia e desenvolvimento", o segundo em coautoria com a filósofa Marilena Chaui. (A seguir, confira a entrevista concedida por ele  ao jornal  FSP).

Folha - "Se Deus fosse um ativista dos Direitos Humanos" é um título provocador. Sugere que o senhor acredita em Deus. E sugere que Deus poderia dar mais importância para os direitos humanos. É isso?

Boaventura de Sousa Santos - De fato, não. O título é provocador. Eu não me comprometo com a existência de Deus. Sou como Pascal [filósofo francês, 1623-1662]: diria que não temos meios racionais para poder afirmar com segurança se Deus existe ou não. O que podemos é fazer uma aposta: apostar se existe ou se não existe. Como sociólogo, o que penso é que há muita gente que aposta na existência de Deus e que organiza sua vida ao redor disso.

Estamos num momento de fortes movimentos sociais em todo o mundo, com protestos, muita indignação, muita revolta. Alguns desses movimentos trazem no seu interior pessoas e grupos que seguem diferentes religiões. Ou que transformam a religião e a existência de Deus no motivo da ação ou num impulso para a ação. Portanto, eu tive curiosidade de analisar. Esse fenômeno é extremamente ambíguo.

Quando surgiu a curiosidade?

Eu já tinha notado desde o Fórum Social Mundial de 2001, onde vi que havia movimentos sociais e organizações de diferentes partes do mundo com vivências religiosas, como a Teologia da Libertação e outros. Tinham uma dinâmica de grupo onde o elemento religioso, espiritual, era forte. Havia movimentos indígenas, para quem o elemento da religiosidade é sempre forte. Essa dimensão do transcendente é que me fascinou, pois eu venho de uma cultura eurocêntrica, que há muito tempo tenho criticado, mas sou filho dela, por assim dizer. Essa cultura tinha resolvido o problema através do que chamamos de secularismo, que é expulsar a religião do espaço público.

A presença da religião na política está crescendo?

A religião nunca saiu verdadeiramente da política. Temos sociedades que são laicas, mas cujos estados não são. É o caso da Inglaterra, por exemplo. E temos sociedades onde a convivência é mais laica do que outras. Tanto assim que hoje a gente faz distinção entre o secularismo e a secularidade. Secularismo é uma atitude mais radical, de deixar que a religião fique exclusivamente no espaço privado, na família, na vida. Secularidade é aquela que permite que haja expressões [religiosas] no espaço público como afirmação da própria liberdade de todos os cidadãos.

Mas é evidente, a gente sabe, a maneira com que a Europa resolveu a questão da separação da igreja e do Estado no século 17, depois de uma guerra enorme, nunca foi uma separação total. A igreja continuou a ter uma grande influência. Foi assim no esforço da colonização. Continuou com grande influência, ainda tem, nas agendas que o papa Francisco disse recentemente que são as agendas da cintura para baixo (risos), acerca das orientações sexuais, aborto, divórcio. Obviamente são questões de interesse público.

O que parece é que a crise do Estado secular trouxe uma maior presença da religião no espaço público. No mundo árabe, no mundo indiano e também no mundo ocidental. Começou a emergir nas televisões religiosas, cada vez mais e sobretudo com as correntes evangélicas e pentecostais. É uma presença pública muito mais forte, mas também um interesse em influenciar a vida pública, a vida dos Congressos, dos parlamentos. É o que acontece hoje no Brasil. (...)

CLIQUE AQUI  para continuar lendo a entrevista concedida pelo sociólogo  Boaventura de Souza Santos à FSP (via Blog do Saraiva).
Clique para ver...
 
Copyright (c) 2013 Blogger templates by Bloggermint
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...