É Muita Galinhagem : PPS Cria o Dia do Ovo
Resisto a não me meter em política. Sempre acaba em discussões e perdas de razões. É preciso estar disposto a este preço...mas não resisto:
pois não é que um Deputado Estadual do PPS de SP criou o Dia do Ovo e o Alkckmin teve que sancionar?
Não sei exatamente o que acontecerá no Dia do Ovo. Que será comemorado sempre na segunda sexta feira de outubro.
Não sei se nesse dia todo mundo tem que comer ovo, ou não deixar de comer...se tem que babar o ovo ou chupar o ovo... se é o do lado direito ou do esquerdo...se é de galinha ou de pata...
não ficou claro se é qualquer ovo, se galado ou não, se de Páscoa ou de tartarugas...
sei apenas que é de grande valia para o crescimento do País tanto cultural quanto socialmente o Dia do Ovo.
Pra não ficar atrás com o ovo o DEM vai criar o Dia da Galinha.
Até lá a galinhagem corre solta e quem tem seu ovo que o proteja!
Mas eu daria um ovo pra saber o texto dos artigos da Lei que foram vetados kkkkkkk
Jogo dos 7 erros: onde está o ovo? kkkkk
Desastre ideológico: uma nação de cristãos fundamentalistas
20/10/2013, [*] Lawrence Davidson, Information Clearing House
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Cidade Medieval e suas várias guildas de trabalhadores |
No século 18, o ocidente mudou do mercantilismo para o capitalismo. O mercantilismo era o sistema econômico que dava aos governos amplos poderes regulatórios sobre o comércio, sobretudo para garantir um equilíbrio comercial favorável. Também permitia que se organizassem poderosas guildas de trabalhadores, e protegia as indústrias domésticas. Mas a Revolução Industrial pôs fim ao mercantilismo e trouxe ao poder uma categoria de comerciantes que desejavam poder operar livremente, sem qualquer supervisão pelos governos.
Com o tempo a visão de mundo capitalista acabou por converter o “livre mercado” em fetiche, e passou a ver o governo como, no máximo, um mal necessário. Qualquer regulação era vista como equivalente à escravidão, e o papel do estado ficava reduzido a manter a ordem interna (polícia), defender o reino (militares) e fazer cumprir contratos (as cortes). Qualquer tipo de intromissão do governo nas questões sociais era reprovável, porque, como se dizia, promoveria a preguiça entre os pobres – ou foi esse o mito conveniente que então se implantou. A real razão pela qual era preciso manter num mínimo absoluto a ação do governo sempre foi que a então ascendente classe comercial temia – de fato, odiava e maldizia – os impostos.
Na Europa, as racionalizações pró-capital permaneceram basicamente seculares, buscando maximizar a eficiência, em nome do lucro. Mas nos EUA, onde praticamente nenhum bem ou nenhuma felicidade acontecem que não sejam da responsabilidade de um Deus que tudo vê, as racionalizações seculares passaram rapidamente a ser complementadas com a noção do desejo divino. Deus desejava liberdade econômica sem regulações e que prevalecesse o estado mínimo.
Charge by Bennett |
Esse tipo de visão religiosa ainda existe. Hoje, a luta para que voltemos ao governo mínimo e ao máximo de “liberdade” econômica é conduzida por uma coleção de cristãos fundamentalistas de direita, e pelos doidos do movimento Tea Party.
No Brasil, há também a DETESTÁVEL bispa Marina Silva, a doida da “ecologia” à moda Al Gore, Banco Itaú & empresa Natura.
Chris Hedges delineia o que lhe parece o pior cenário imaginável, ao qual chegaremos comandados pela ânsia de poder da direita cristã, em seu recente artigo “The Radical Christian Right and the War on the Government” [A direita cristã radical e a guerra contra o governo]. Diz que “a face pública” dessa força política “aparece na Câmara de Deputados” e que seu principal objetivo ideológico é “trancar o governo”. Hedges também aponta o senador Ted Cruz do Texas como o político fundamentalista arquetípico, que comanda o ataque contra o “grande governo”. Para Hedges, seria só o primeiro passo com vistas ao real objetivo de homens como Cruz, que querem fazer dos EUA uma nação cristã fundamentalista.
Parte II – A luta
Na luta que se seguiu, o inimigo dos conservadores radicais é o Partido Democrata (ou “o governo grande”) em geral, e o presidente Obama em particular. Como indicação de o quando distorsiva e isolacionista a ideologia pode ser, pesquisas feitas com grupos focais [orig. focus groups] de Republicanos conservadores revelaram um medo profundamente fixado neles: uma teoria conspiracional.
Segundo os pesquisadores autores do estudo, “O que move a base Republicana (...) é uma crença sincera, genuína, de que Obama tem uma agenda secreta na qual trabalha e que visa e empurrar os EUA na direção do socialismo”. Eles também creem que Obama é o cabeça da conspiração. Parece ser um político que “veio não se sabe de onde” e, assim, é “movido por forças ocultas”. O grupo focal também revelou que a mesma crença existe em “dois de cada três que se identificaram como Republicanos”.
Nas eleições de 2010, uma violenta propaganda combinada para todos os distritos eleitorais ajudou a eleger Republicanos, e uma forte virada conservadora deu ao Partido Republicano o controle da Câmara de Deputados. Também levou para lá, eleitos, uma forte pluralidade de conservadores de direita. Unidos, esses políticos radicais e muitos de seus eleitores detonaram o tipo de concessão que há, ou deveria haver, no coração da democracia. Para os radicais, os seus princípios (radicais) são mais importantes que qualquer tipo de concessão democrática.
Sen. Ted Cruz (R-Texas) fala aos repórteres após derrota do "trancamento" |
Essa atitude levou à recente confrontação política, com o trancamento do governo federal nos EUA e o quase-calote da dívida pública.
Poucos dias antes do calote, Republicanos moderados começaram a abandonar os conservadores radicais e manifestaram disposição de abrir mão de exigências como o fim do subsídio federal para o atendimento à saúde (popularmente conhecido como “Obamacare”); a eliminação do déficit do governo; e uma redução radical em todos os programas oficiais e no poder regulatório do Estado. Mas só quando o líder da maioria Republicana John Boehner afinal permitiu que se convocasse o plenário para votação aberta na Câmara de Deputados, é que aqueles moderados puderam somar-se aos seus colegas no Senado e produzir uma resolução que, afinal, restaurou o fluxo de dinheiro dentro do governo e salvou os EUA de terem de dar calote em suas dívidas públicas. Mas, ao fazê-lo, os moderados racharam ao meio o Partido Republicano.
Parte III – Uma vitória negada
O que os Republicanos moderados fizeram foi negar a vitória aos conservadores radicais. Porque, sim, os conservadores viam como vitória o fechamento do governo federal e o calote público. Ideologicamente, o objetivo desses radicais é reduzir ao mínimo o papel do governo na sociedade. Contavam com que a capacidade para “trancar” todo o funcionamento do governo federal dos EUA os poria em posição para negociar a minimização daquele governo.
Em segundo lugar, a campanha para reduzir impostos federais ao mínimo, pela construção de orçamentos esqueléticos, seria ajudada pela capacidade dos radicais conservadores para empurrar o Departamento do Tesouro até o fundo do despenhadeiro do calote. Todos os Republicanos conservadores teriam de sustentar essa dupla pressão tática, até que os Democratas cedessem. Exatamente o que os Democratas não podiam fazer, mas só não fizeram, em boa parte, graças à deserção dos Republicanos moderados.
Essa batalha ainda não acabou. A Resolução apoiada pelos Republicanos moderados abre o governo federal dos EUA até dezembro de 2013 e libera pagamentos dos juros da dívida até fevereiro de 2014. Então, o EUA enfrentaremos um segundo round de confrontação mortal.
Mas no longo prazo, as coisas não parecem bem paradas para o Partido Republicano. Muitos radicais conservadores já veem seus compatriotas moderados como piores do que qualquer Democrata liberal. Veem-nos como traidores “do princípio” – como políticos que se renderam, apavorados, à agenda “socialista” de Obama. Nessas circunstâncias, grande parte das energias do Partido serão consumidas em lutas internas autodestrutivas. O Partido Republicano corre agora o risco de ver sua base encolher, com moderados derrotados nas primárias correndo para o Partido Democrata, ou firmando posição como independentes. Eleitores democráticos poderão não se sentir motivados, ante o recente espetáculo do “trancamento”, a reeleger maioria Republicana para a Câmara de Deputados. Se isso acontecer, o Partido Republicano terá muito trabalho para manter-se vivo como entidade coesa.
Part IV – Conclusão
As ideologias são forma debilitante de visão rasa. A ideologia substitui a realidade por uma versão idealizada, que em geral pouco tem a ver com o mundo real e, portanto, é difícil pô-la em ação.
O aspecto econômico da ideologia dos radicais conservadores padece de anacronismo fatal. Antes, no século 19, levou a ciclos devastadores de crescimento e de desfalecimento, e deixou grande parte da população sem os serviços básicos. A Grande Depressão aí está, para não ser esquecida.
Quanto ao tamanho do governo e o alcance de suas atividades, é preciso ter em mente que há quase 317 milhões de pessoas nos EUA. Fazer retornar a estrutura do governo ao período pré-Grande Depressão (pior ainda: ao que foi no século 18) minaria completamente a estabilidade social, retirando todas as proteções sociais que mantêm ao largo a miséria mais total, e daria rédea solta a todos os preconceitos que a atual legislação federal desestimula. Ignorem tudo isso, e logo estarão enfrentando revolução de verdade. Os radicais conservadores são obsessivamente cegos a esses problemas, porque esses problemas põem abaixo os seus tais “princípios”.
Todas essas ideologias de visão curta, sejam de direita ou de esquerda, já se comprovaram pouco realistas, e falharam por isso. Infelizmente, geraram problemas terríveis, antes de morrer. Até aqui só vimos uma pálida sombra do potencial de desgraça do desafio ideológico que os EUA temos pela frente. Cabe desejar que consigamos evitar a grande tempestade.
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[*] Lawrence Davidson é professor de História na West Chester University na Pennsylvania. É autor de Foreign Policy Inc.: Privatizing America’s National Interest;America’s Palestine: Popular and Offical Perceptions from Balfour to Israeli Statehood; e Islamic Fundamentalism.
Heróica
* Ludwig van Beethoven: Sinfonia nº 3, op. 55 'Eroica' - Radio Kamer Filharmonie olv. Philippe Herreweghe - Opgenomen 20 februari 2011 Concertgebouw Amsterdam
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