GEOPOLÍTICA - O dragão arma o bote no Tio Sam!

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Reproduzimos abaixo artigo do Pepe Escobar, antecedido de breve apresentação do Fernando Brito, do Tijolaço, que antevê uma mudança tectônica nas relações geopolíticas mundiais. O dragão chinês se prepara para engolir o Tio Sam, o que será extremamente saudável para a nova ordem mundial.


A China sente a sua hora e abre suas asas
Por Fernando Brito, no Tijolaço.
Graças ao meu antenadíssimo amigo Sérgio Caldieri, companheiro de 30 anos de combates, chega-me às mãos o artigo do jornalista e escritor (brasileiro) Pepe Escobar.
Depois de ser um dos principais nomes da Ilustrada, da Folha, nos anos 80, Escobar passou a correr o mundo, morando em Los Angeles, Paris, Milão, Singapura, Bangkok e Hong Kong e escrevendo para jornais da região, entre eles a rede Al Jazeera.
Hoje, é correspondente do Asian Times e o que diz é para ser lido com a atenção que merece quem, há mais de 20 anos, vem observando o que se passa no outro lado de um mundo que, depois do fim da guerra fria, todos passaram a achar que tinha um lado só.
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O nascimento do mundo “desamericanizado”
Por Pepe Escobar
É isso. A China decidiu que “basta!” Tirou as luvas (diplomáticas). É hora de construir um mundo “desamericanizado”. É hora de “uma nova moeda internacional de reserva” substituir o dólar norte-americano.
Está tudo lá, escrito, em editorial da rede Xinhua, saído diretamente da boca do dragão. E ainda estamos em 2013. Apertem os cintos – especialmente as elites em Washington. Haverá fortes turbulências.
Longe vão os dias de Deng Xiaoping de “manter-se discreto”. O editorial da Xinhua mostra, em formato sintético, a gota d’água que fez transbordar o copo do dragão: o atual ‘trancamento’ (shutdown) nos EUA. Depois da crise financeira provocada por Wall Street, depois da guerra do Iraque, um mundo “desentendido”, não só a China, quer mudança.
Esse parágrafo não poderia ser mais explícito:
“Sobretudo, em vez de honrar seus deveres como potência liderante responsável, uma Washington interessada só em si mesma abusa de seu status de superpotência e gera caos ainda mais profundo no planeta, disseminando riscos financeiros para todo o mundo, instigando tensões regionais e disputas territoriais, e guerreando guerras ilegítimas, sob o manto de deslavadas mentiras.
A solução, para Pequim, é “desamericanizar” a atual equação geopolítica – a começar por dar voz mais ativa no FMI e no Banco Mundial a economias emergentes e ao mundo em desenvolvimento, o que deve levar à “criação de uma nova moeda internacional de reserva, a ser criada para substituir o dólar norte-americano hoje dominante”.
Observe-se que Pequim não advoga a sumária extinção do sistema de Bretton Woods – não, pelo menos, já; quer, isso sim, mais poder para decidir. Parece razoável, se se considera que a China tem peso apenas ligeiramente superior ao da Itália, no FMI. A “reforma” do FMI – ou coisa parecida – está em andamento desde 2010, mas Washington, como seria de esperar, vetou todas as alterações substanciais, até agora.
Quanto ao movimento para afastar-se do dólar norte-americano, também já está em andamento, com graus variados de velocidade, especialmente no que diga respeito ao comércio entre os países BRICS, as potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que já está sendo feito, hoje, predominantemente, nas respectivas moedas. O dólar norte-americano está lentamente, mas firmemente, sendo substituído por uma cesta de moedas.
A “des-Americanização” também já está em curso. Considere-se, por exemplo, a ofensiva de charme dos chineses pelo Sudeste Asiático, que está acentuadamente começando a inclinar-se na direção de mais ação com principal parceiro econômico daqueles países, a China. O presidente Xi Jinping da China, fechou vários negócios com a Indonésia, a Malásia e também com a Austrália, apenas umas poucas semanas depois de ter fechado outros vários negócios com os ‘-stões’ da Ásia Central.
A empolgação chinesa com promover a Rota da Seda de Ferro alcançou nível de febre, com as ações das empresas chinesas de estradas de ferro subindo à estratosfera, ante o projeto de uma ferrovia de trens de alta velocidade até e através da Tailândia já virando realidade. No Vietnã, o premiê chinês Li Keqiang selou um entendimento segundo o qual querelas territoriais entre dois países no Mar do Sul da China não interferirão com mais e novos negócios. Pode-se chamar de “pivotear-se” para a Ásia.
Todos a bordo do petroyuan
Todos sabem que Pequim possui himalaias de bônus do Tesouro dos EUA – cortesia daqueles massivos superávits acumulados ao longo dos últimos 30 anos, mais uma política oficial de manter lenta, mas segura, a apreciação do yuan.
E Pequim, simultaneamente, age. O yuan está também lenta, mas em segurança, se tornando mais conversível nos mercados internacionais. (Semana passada, o Banco Central Europeu e o Banco do Povo da China firmaram acordo para uma troca de moeda (orig. swap) de US$45-$57 bilhões, que aumentará a força internacional do yuan e melhorará seu acesso ao comércio financeiro na área do euro.)
A data não oficial para a total conversibilidade do yuan cairá em algum ponde entre 2017 e 2020. A meta é clara: afastar-se de qualquer respingo da dívida dos EUA, o que implica que, no longo prazo, Pequim está-se afastando desse mercado – e, assim, tornando muito mais caro, para os EUA, tomarem empréstimos. A liderança coletiva em Pequim já fechou posição sobre isso e está agindo nessa direção.
O movimento na direção da plena conversibilidade do yuan é tão inexorável quanto o movimento dos BRICS na direção de uma cesta de moedas que, progressivamente, substituirá o dólar norte-americano como moeda de reserva. Até lá, mais adiante nessa estrada, materializa-se o evento cataclísmico real: o advento do petroyuan – destinado a ultrapassar o petrodólar, tão logo as petromonarquias do Golfo vejam de que lado ventam os ventos históricos. Então, o bate-bola geopolítico será outro, completamente diferente.
Pode ser processo longo, mas é certo que o famoso conjunto de instruções de Deng Xiaoping está sendo progressivamente descartado: “Observe com calma; proteja sua posição; lide com calma, com as questões; esconda nossas capacidades e aposte no nosso tempo; seja discreto; e jamais reclame a liderança.”
Uma mistura de cautela e escamoteamento, baseada na confiança que os chineses têm na história, e levando em consideração uma grave ambição de longo prazo – era Sun Tzu clássico. Até aqui, Pequim andou devagar; deixando que o adversário cometa erros fatais (e que coleção de erros de multi-trilhões de dólares…); e acumulando “capital”.
Agora, chegou a hora de capitalizar. Em 2009, depois da crise financeira provocada por Wall Street, ainda havia chineses que resmungavam contra “o mau funcionamento do modelo ocidental” e, em suma, contra o “mau funcionamento da cultura ocidental”.
Beijing ouviu [Bob] Dylan (legendado em mandarim?) e concluiu que, sim, the times they-are-a-changing [os tempos estão mudando].Sem que se veja nem sinal de avanço social, econômico e político – o ‘trancamento’ [shutdown] nos EUA seria outra perfeita ilustração, se se precisasse de ilustração – de que os EUA deslizam tão inexoravelmente quanto a China, pena a pena, vai abrindo as asas para comandar a pós-modernidade do século 21.
Que ninguém se engane: as elites de Washington lutarão contra, como se estivessem ante a pior das pragas. Mesmo assim, a intuição de Antonio Gramsci precisa ser atualizada: a velha ordem morreu, e a nova ordem está um passo mais perto de nascer.

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POLÌTICA - A bomba e o traque.

Gaudêncio Torquato

Anote-se na agenda das mutações tupiniquins: a bomba da primavera de 2013 pode ser o traque do verão de 2014. A hipótese é bastante sustentável na esfera da política. Quem diria que a sonhática Maria Osmarina Silva de Lima, ex-seringueira e ex-senadora do Acre, se uniria em aliança política com o pragmático e garboso governador de Pernambuco, Eduardo Henrique Accioly Campos, comandante do PSB, para juntos lutarem pela cadeira presidencial?
O sonho de Marina Silva é depurar as práticas da velha política, banhando-as nas águas da ética, ou, em seus termos, “assumir responsabilidades com a sustentabilidade política, social, ambiental e cultural”. O pragmatismo de Campos tem como ideia “aposentar um bocado de raposas que estão enchendo a paciência do povo brasileiro para o Brasil seguir em frente”. A propósito, o governador, tempos atrás, já confessara a este escriba a meta de reunir no mesmo espaço “o grupo pós-64” (citando Aécio Neves, Gilberto Kassab, Ciro e Cid Gomes, entre outros), assumir o comando da nação e dar adeus aos guerreiros da velha-guarda.
A fome moral da líder da Rede Sustentabilidade e a vontade do neto de Miguel Arraes de presidir a mesa dos comensais do poder produziram o artefato de maior repercussão neste ciclo pré-eleitoral. Como é costume no balcão de nossos produtos políticos, as dobraduras da engrenagem deixam de ser examinadas de forma a mostrar se estão ajustadas ou até se faltam parafusos para dar lugar ao “feito extraordinário” que, à primeira leitura, induz à convicção de que tal parceria abre um rombo nos costados da candidatura governista. Nem se atenta para o fato de que o elo entre Marina e Campos, à luz da racionalidade, não é tão resistente como aparenta.
E OS PARTIDOS?
O candidato prevalece sobre os partidos. Há casos em que as organizações predominam e avançam sobre os perfis pessoais. Isso ocorre nos espaços onde a polarização entre elas é muito aguda – PT e PSDB, por exemplo, em algumas regiões formam batalhões em seus campos de guerra. Ou com as siglas de caráter religioso (principalmente as patrocinadas por credos e igrejas) e as que ocupam as extremidades do arco ideológico, cujo discurso radical é seletivo, afastando as massas eleitorais (PCO, PSTU, etc.). Sob a ordem de um sistema cognitivo que tende a privilegiar perfis pessoais, transferir votos constitui operação dificilmente viável. Assim, a hipótese de Marina transferir seu patrimônio eleitoral para Campos é frágil.
Se a passagem de votos de Marina para Campos não encher o bornal dele, quem acabará levando a melhor com a “jogada de mestre”? A própria Marina, em caso de inversão da chapa, ela encabeçando-a. Ou Dilma. A proximidade entre eles foi firmada no ciclo petista. O governador e a ex-senadora saíram dos espaços que o PT abriu à esquerda. A Rede e o PSB tentam desfraldar, mesmo de maneira acanhada, a bandeira do socialismo. Logo, o parentesco com a presidente é patente.
Sob essas espessas nuvens, a tão comentada bomba da primavera ameaça perder combustão e virar um traque no verão. (transcrito de O Tempo)

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PETRÓLEO - Manifestantes ocupam MME.


 

Manifestantes ocupam Ministério de Minas e Energia


Manifestantes ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Via Campesina ocupam desde as 8h o Ministério de Minas e Energia na área central de Brasília. Eles exigem que o governo federal cancele o leilão do Campo de Libra, marcado para segunda-feira (21). Segundo as entidades organizadoras do protesto, o leilão – daquele que pode ser o maior campo de petróleo do mundo – é um crime de lesa-pátria que põe em risco a soberania nacional.



Manifestantes ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Via Campesina ocupam desde as 8h o Ministério de Minas e Energia na área central de Brasília / Antônio Cruz/Agência Brasil

O Ministério de Minas e Energia já pediu na Justiça a reintegração de posse do prédio, localizado na Esplanada dos Ministérios. Enquanto isso, representantes do governo conversam com os manifestantes. Servidores foram dispensados do expediente de hoje e o ministro Edison Lobão participa de um evento fora, segundo a assessoria de imprensa.

Na quarta-feira (16), funcionários da Petrobras e subsidiárias decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, também em protesto contra o leilão. Segundo a FUP, a categoria exige a suspensão imediata do primeiro leilão do pré-sal, sob o regime de partilha.

Fonte: Agência Brasil
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POLÍTICA - A lorota da polarização PT x PSDB

 


Muito papel e muita conversa da mídia oposicionista sobre as eleições de 2014. A primeira é sobre o fim da polarização PT x PSDB, que estaria ocorrendo agora por causa da candidatura Eduardo Campos-Marina Silva. Ora, essa polarização não existiu em 1989 e nem nas eleições de 2002 e 2010.
Só existiu na de 2006, quando no 1º turno Geraldo Alckmin (PSDB) obteve 41,6% e Lula (PT), 48,6%.  Em 2002, José Serra (PSDB) teve 23%; Anthony Garotinho (então no PSB) teve quase 18%, e Ciro Gomes (então PPS) chegou a 12%. Em 2010, Serra teve 32,6%  na 1ª etapa e Marina, 19%.
Essa conversa sobre a polarização, portanto, serve para esconder que, desde 1994, o que existe é a disputa entre dois projetos políticos para o país: um de centro esquerda liderado pelo PT, e o outro de centro direita sob a batuta do PSDB.
São projetos distintos sobre o papel do Estado, dos bancos e empresas públicas, sobre como crescer e a quem beneficiar, sobre a distribuição de renda, a educação e a saúde pública, a política industrial e a externa, a defesa comercial de nossa economia.
Aliados ao projeto derrotado
O fato relevante nesta eleição nacional de 2014 é que dois ex-aliados e responsáveis pelo projeto que levou o presidente Lula ao governo e o país a extraordinárias conquistas econômicas e sociais estão agora aliados ao projeto derrotado que vigorou lá nos anos 90, comandado pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, mas está derrotado desde 2002 pelos presidentes Lula e Dilma Rousseff.
Basta ver hoje na mídia e nos últimos dias a concordância entre Aécio Neves (PSDB), Marina e Campos (PSB-Rede) sobre o tripé macroeconômico, bem na linha do capital financeiro. E também alinhados em todas as outras críticas ao governo Dilma, com Marina “costeando o alambrado”, como dizia o ex-governador Leonel Brizola, rumo a se alinhar com a direita.
Fora o fato de que algumas críticas não passam de falácias ou hipocrisia pura, como a do aparelhamento do Estado e acordos no Legislativo – Marina falou em “chantagem”. Como se em Minas, São Paulo e Pernambuco não fosse igual, os governos tucanos e de Campos não administrassem mediante coalizão com partidos às vezes antagônicos entre eles.
Não passam de falácias e hipocrisias, também, essas críticas sobre os atrasos de obras ou essas mentiras como a que o país deixou de ser prioridade para o Investimento Estrangeiro Direto (IED). Ora, neste ano, somos o 4º maior destino desses investimentos. Resta ver, agora, se Marina-Eduardo Campos vão continuar sua caminhada rumo ao projeto de centro-direita…
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ECONOMIA - Más notícias para a oposição.



Para desgosto da oposição, a inflação cai, a indústria e o comércio reagem, a confiança do consumidor vai se recuperando e não haverá o fim do mundo nos Estados Unidos. Pelo contrário, houve acordo no Congresso sobre a dívida do país, evitando o calote. E há também a indicação de um pouso suave em 2014 nos estímulos monetários do FED (Federal Reserve).
A criação aqui no Brasil de 211 mil novas vagas com carteira assinada em setembro reforça a sinalização de uma demanda firme e um crescimento maior no próximo ano. Boas notícias para o Brasil, mas ruim para a oposição.
Ao divulgar os números, o Ministério do Trabalho avaliou que há uma “reação do mercado de trabalho” formal no país. Em julho, haviam sido criadas apenas  41.463 vagas. Já em agosto foram 142 mil. E agora esses 221 mil.
Para o ministério, o resultado foi positivo porque houve uma “expansão quase generalizada dos setores de atividade econômica”. A indústria de transformação gerou 63,2 mil vagas.
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