ITAIPU BINACIONAL DESENVOLVE O PRIMEIRO AVIÃO ELÉTRICO

O ACS 100 Sora

A Itaipu fechou parceria com a ACS Aviation, de São Bernardo do Campo (SP), para produzir um pequeno avião esportivo. A Embraer planeja fabricar aviões elétricos no futuro (Foto - Terra)

"Há esforço cada vez maior para tornar carro elétrico viável comercialmente. É consenso entre os especialistas que o "veículo verde" só vai conseguir competir de igual para igual com os automóveis com motor a combustão quando a densidade energética da bateria for aumentada, o que requer tempo e investimentos muito altos.

Paralelamente, deve-se reduzir o peso dos protótipos, usando materiais compostos e altamente resistentes. Pensando na segunda opção, técnicos da Itaipu Binacional, uma das maiores geradoras de energia limpa e renovável do mundo, que já desenvolveu protótipos do Palio Weekend elétrico - e até mesmo de ônibus e caminhões elétricos -, decidiram usar, como base, a complexa e avançada tecnologia de equipamentos da indústria aeronáutica para tentar chegar ao carro elétrico ideal.

"Uma das estratégias para aumentar a autonomia dos veículos elétricos é reduzir drasticamente o peso dos protótipos. E quando pensamos nessa diminuição, não existe setor que entenda mais desse assunto do que as empresas aeronáuticas", afirma Celso Novaes, engenheiro da Itaipu Binacional e um dos responsáveis pelo projeto, que fechou parceria com a empresa ACS Aviation, de São Bernardo do Campo (SP) para a produção de um pequeno avião esportivo, batizado de “ACS 100 Sora”, que foi apresentado à Itaipu Binacional por diretores da Embraer - a gigante do setor sonha, num futuro próximo, em fabricar aviões elétricos.

Se tudo correr bem, adianta Novaes, por volta de julho de 2013, um protótipo de avião elétrico já conseguirá decolar das pistas. "É um projeto pioneiro. No mundo, apenas a NASA possui projetos similares. E posso garantir que estamos no páreo com eles", garante o engenheiro da Itaipu.

Novaes explica que a ACS conseguiu desenvolver uma asa altamente resistente, que suporta, por exemplo, até dez sacos de cimento em cada lado, e que pode ser levantada usando apenas um dedo. Se conseguir decolar no prazo previsto, será o primeiro avião elétrico da América Latina e terá as mesmas características dos mais avançados aviões produzidos no mundo. "É tudo muito novo. É importante que o Brasil saia na frente. Tenho certeza de que, brevemente, seremos referência na produção de aviões elétricos no mundo e o mais importante: conseguiremos, se beneficiando da tecnologia aeronáutica, fazer os melhores carros elétricos do planeta", afirma Novaes.”

FONTE: do portal “Terra”. Transcrito no site “DefesaNet”  (http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/8445/Itaipu-Binacional-desenvolve-o-primeiro-aviao-eletrico).
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O alvo do golpe é Lula



No Supremo, há quem não esconda o desejo de que Lula é o alvo

Marcos Valério teve relações financeiras com o PT. Como teve com o PSDB de Minas. Empresas de Valério tiveram negócios com empresas do grupo Opportunity, de Daniel Dantas. Dantas teve ligações importantíssimas com gente importante no PSDB. Como teve ligações importantes com gente importantíssima no PT. Já passou da hora do PT vir a público e admitir os erros brutais que cometeu nesse contubérnio.

Condenado há 40 anos, Valério não quer ir para a cadeia. Para isso, fará e dirá qualquer coisa. Assim como Valério pode dizer o que quiser, a mídia tem o direito, e o dever, de publicar o que ele diz. Mesmo que, por ora, baseada apenas na palavra do condenado que não quer ser preso.

Há um consenso que esses são direitos democráticos, os de Valério, e os da Mídia. Como é de direito quem recebe tais informações, o telespectador, o leitor, fazer uma pergunta: por que o que Valério diz sobre Lula chega às manchetes e 115 páginas de documentos verídicos não são nem notícia? 115 páginas de documentos confidenciais produzidos em uma CPI ou obtidos em paraísos fiscais.

Valério prestou depoimento ao Ministério Público. Ele quer delatar e ser beneficiado com a liberdade. As 115 páginas de documentos estão num livro chamado "A Privataria Tucana". As informações contidas no livro receberam um registro em dois grandes jornais.

Essas informações seguem inéditas em boa parte da chamada Grande Mídia. Inclusive na revista Veja. A pergunta de quem não conhece esse ramo é: por que manchetes num caso e silêncio, ou desqualificação, no outro caso? Em outros casos também.

O PT errou, gravemente, ao montar parceria com Marcos Valério. Como errou quando alguns dos seus construíram pontes com, entre outros, Daniel Dantas e seus negócios. O PT erra quando não reconhece e não se desculpa publicamente pelos seus erros. Esses, e outros.

É claro como o dia que partidos de oposição também têm seus escândalos. Mas, para ter autoridade ao abordar escândalos alheios, o PT deve, antes, tratar dos seus. E, ao contrário do que sempre fizeram os demais partidos, tratar disso também publicamente.

Como já informado aqui em outros comentários, além dos que estão em julgamento do mensalão, havia, e há, um outro grande alvo. Esse alvo é Lula. No Supremo há quem não esconda isso em conversas reservadas. Da mesma forma, na mídia.

Lula deixou o governo com aprovação de 87% no Ibope. Felizmente, 13% não aprovaram seus 8 anos de governo; só nas ditaduras não existe oposição.

Brasil afora há quem venere Lula. E ele sabe disso; é muito mais agradável informar e ser informado sobre isso. Mas certamente Lula deve saber, alguém deve dizer a ele de quando em quando: além de fazer oposição, um direito de todos, há quem lhe devote um ódio profundo.

Bob Fernandes
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AS PREVISÕES PÓS-ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DOS EUA

Riem da já muito repetida comédia de fingir democracia, ambos conduzidos pelos mesmos interesses do dinheiro

EUA: CINCO PREVISÕES PARA DEPOIS DAS ELEIÇÕES

“É verdade que Barack Obama e Mitt Romney têm muitas diferenças políticas. Mas eles também estão de acordo em muitas políticas essenciais, o suficiente para prever algumas das coisas que vão acontecer nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, ganhe quem ganhar: a guerra contra os sindicatos vai continuar, a guerra contra o meio ambiente vai continuar, Wall Street continuará a reinar, ocorrerão cortes em nível nacional em nome da austeridade após as eleições e as guerras externas também irão continuar.

O artigo é de Shamus Cooke, no “Counterpunch”

É verdade que Barack Obama e Mitt Romney têm muitas diferenças políticas. Mas também estão de acordo em muitas políticas essenciais; o suficiente para tornar os próximos quatro anos facilmente previsíveis, seja quem for o vencedor. Eis cinco previsões baseadas nas mais importantes convicções que os dois candidatos partilham:

1) A guerra contra os sindicatos vai continuar. Os republicanos são explicitamente contra os sindicatos, enquanto os democratas são a favor em palavras, mas têm uma prática antissindical. A muito falada “Race to the Top”, política educacional nacional de Obama, atinge diretamente os sindicatos de professores – os mais poderosos sindicatos do país – atacando os direitos adquiridos por tempo de serviço e restringindo salários e benefícios.

Também, os governadores democratas e republicanos, estado a estado, pretendem arrancar gigantescas concessões dos funcionários públicos ou retirar-lhes os direitos sindicais – a menos má política de exigir concessões (democratas) está apenas um passo atrás do fim da negociação coletiva (republicanos).

À medida que a recessão avança, essa política bipartidária contra os sindicatos irá intensificar-se, qualquer que seja o presidente. O alvo é baixar os salários de todos os trabalhadores, já que, dizem eles, os sindicatos distorcem artificialmente o mercado laboral em benefício dos trabalhadores em geral; atacar os sindicatos é, assim, um ataque a todos os trabalhadores, organizados ou não, com o objetivo de reduzir os custos laborais das empresas, que ganham assim “lucratividade”.

2) A guerra contra o meio ambiente vai continuar. Ambos os partidos tratam a questão ambiental da mesma maneira que o trabalho organizado. Os republicanos degradam-no abertamente e os democratas fazem declarações pró-ambientais, ao mesmo tempo que praticam o oposto. Quem quer que vença as eleições continuará vinculado aos combustíveis fósseis, continuará a promover as prospeções de petróleo perigosas no Ártico e no Golfo, a causar estragos com a extração de “gás natural”, a construir o oleoduto Keystone, ao mesmo tempo que pouco ou nada fazem para construir a absolutamente necessária infraestrutura energética alternativa que iria criar empregos e esperança à Humanidade contra as alterações climáticas. Obama e Romney recusam-se a tomar as medidas necessárias para enfrentar as alterações climáticas porque fazê-lo poria em causa os lucros das grandes empresas poluidoras. Nenhum dos candidatos presidenciais sequer dará início a uma honesta discussão pública sobre o problema, fazendo, assim, com que outros países sigam esse caminho, pondo-nos a todos em perigo.

3) Wall Street continuará a reinar. Durante os debates, ficou claro que não era necessária qualquer outra ação contra Wall Street. Mas os bancos estão maiores sob Obama do que na era de Bush, o que significa que continuam a ser “demasiado grandes para falirem”, garantindo que haverá futuros resgates pagos pelos contribuintes. A política da “Reserva Federal” não é controversa para republicanos ou democratas: as taxas de juros baixas combinadas com a emissão de largas somas de moeda – chamado de “quantitative easing” – têm ambas servido os lucros dos bancos de Wall Street, ao mesmo tempo que todos os restantes sofrem cortes nos salários e benefícios. Os empréstimos aos trabalhadores não foram facilitados, enquanto os bancos e as empresas estão literalmente sentados sobre bilhões de dólares de reservas em dinheiro.

4) Cortes de austeridade nacionais após as eleições. O déficit nacional é consequência do resgate aos bancos, às guerras externas e a décadas de sucessivas reduções dos impostos aos ricos e às empresas. Obama e Romney ignoram esses fatos, e são a favor de reduções maciças de empregos e cortes nos programas sociais que entrarão em vigor se republicanos e democratas não chegarem a acordo sobre quantos bilhões de dólares de cortes vão aplicar (a proposta de plano de corte de déficit de Obama seria de 4 bilhões de dólares; Paul Ryan quer 6 bilhões).

E apesar de Obama ter feito muito barulho sobre “cobrar impostos aos ricos” para ajudar a combater o déficit, as mesmas promessas foram feitas nas eleições anteriores e acabaram em nada quando ele mesmo manteve as reduções de impostos que Bush promovera para os ricos. Fazer com que os ricos paguem impostos é a única alternativa aos cortes, já que os trabalhadores pouco têm para pagar mais. Em vez disso, Obama está usando o déficit para justificar cortes maciços do “Medicare”, na educação pública, no subsídio de desemprego e, provavelmente, noutros programas da Segurança Social. O debate de Obama/Romney sobre o déficit é, na realidade, uma discussão bem educada sobre como melhor cortar e queimar programas sociais, ao mesmo tempo em que as diferenças são exageradas para o bem das respectivas campanhas eleitorais.

5) As guerras externas vão continuar. Ouvir Obama e Romney a debater as guerras externas foi muito semelhante a um debate do tipo Pepsi/Coca-Cola. Ambos amam Israel, odeiam o Irã e a Síria, mentem sobre um calendário para o Afeganistão (nenhum analista sério acredita que os EUA saiam do Afeganistão em 2014). Ambos são a favor de continuar a bombardear com drones o Paquistão, o Iêmen e a Somália,o que constitui obviamente crime de guerra. Ao mesmo tempo, ambos acusam hipocritamente a Síria de “violações dos direitos humanos”. Em resumo, ambos candidatos discutem como melhor empurrar o Médio Oriente e o Norte de África na direção de uma guerra regional, sem receberem as culpas por isso.

Na verdade, existem, sim, diferenças de política social entre o presidente Obama e Mitt Romney. Mas as políticas descritas acima vão afetar profundamente todos os trabalhadores dos Estados Unidos. O país não está numa recessão típica. A maioria dos economistas concorda que, na melhor das hipóteses, os EUA podem esperar uma “década perdida” de estagnação econômica – na pior, um duplo mergulho na recessão/depressão.

As políticas descritas acima estão desenhadas tendo em conta o pior cenário, com a premissa de que, para que o capitalismo se reestabilize, é necessário aumentar o poder dos bancos e das empresas, que têm de perder quaisquer restrições em relação à questão laboral, ambiental, e outras regulamentações, de forma a aumentarem os seus lucros, em detrimento de todos nós.

Assim, democratas e republicanos têm a mesma agenda na generalidade, uma agenda que todos os trabalhadores deveriam considerar detestável, já que os ganhos das grandes empresas são obtidos à nossa custa. Quando os trabalhadores se organizam e vão à luta, como fizeram os professores de Chicago, todas as ilusões nos democratas começam a desvanecer-se, porque as pessoas veem com os próprios olhos que os democratas não só se recusam a ajudá-las, mas opõem-se-lhes ativamente, tal como fizeram aos professores de Chicago. Acontecimentos como esse permitirão a emergência de um movimento real que ponha em causa a agenda bipartidária dominada pelos grandes negócios.

Até que os grupos de trabalhadores e comunitários se unam numa base alargada em ações independentes contra a citada agenda bipartidária, seremos sempre arrastados ao apoio a um dos dois candidatos, nenhum dos quais defende os nossos interesses básicos.”

FONTE: escrito por Shamus Cooke, no “Counterpunch” (EUA). Transcrito no portal de Luis Nassif  (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-previsoes-pos-eleicoes-presidenciais-dos-eua) [Imagem do Google e sua legenda adicionadas por este blog ‘democracia&política’].
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DIAS QUENTES NA EUROPA À DERIVA

Artigo de Flávio Aguiar, direto de Berlim


“No fim de semana, a chanceler Angela Merkel pediu mais 5 anos de austeridade à Europa. O continente, por sua vez, se prepara para mais dias de convulsão. Nesta semana, o Parlamento grego estará votando mais uma fatia (13,5 bilhões de euros) do pacote de cortes imposto ao país para que este continue a receber a “ajuda” da UE – “ajuda” cuja maior parte apenas transita por Atenas em direção aos credores internacionais.

Já a partir de segunda-feira, greves tomaram conta do país, a começar pelo setor de transportes (metrô) e pelo de energia elétrica, o que deve provocar apagões na capital a partir de hoje. Há conclamações para adesão de outros setores à greve [...]

A expectativa do governo de Antonis Samaras é de vitória apertada no Parlamento.

Enquanto isso, o euro continuou em queda livre, com 1,28 dólar americano comprando a moeda, e 1,25 euro comprando uma libra britânica. Entretanto, essa queda não significa melhora na situação européia, uma vez que todos os países da zona do euro têm a mesma moeda, e uma grande parte das suas exportações/importações se dá no interior dessa zona.

Nas bolsas, houve corrida deflacionária por títulos da dívida alemã, considerada uma espécie de “porto-seguro” em momentos de crise. Isso significa que investidores estão se resignando a “perder” dinheiro para manter títulos alemães em seu poder.

Porém, a situação alemã continuou a se deteriorar, embora num ritmo muito mais lento do que em países como Grécia e Espanha. Dados estatísticos disponíveis revelaram que outubro fechou com 20 mil desempregados a mais do que começou no país. Segundo o modo de a UE contabilizar o desemprego, isso significa uma taxa de 6,9% (2,937 milhões). Já na zona do euro como um todo, essa taxa atingiu 11,6%, 18,5 milhões de desempregados (ou seja, uma Grande São Paulo). Entre os mais jovens a taxa geral subiu para 23,3%. E a Espanha sofreu sua quarta queda consecutiva no PIB.

Para a semana que vem, reina a expectativa sobre a proposta de jornada de lutas na Europa, convocada para 14 de novembro pela Confederação de Sindicatos Europeus. Espera-se, naturalmente, que essa jornada internacional tenha repercussão mais intensa em Portugal e na Espanha, com adesão a uma greve geral. Também, deverá haver repercussão mais intensa do movimento na Itália e na Bélgica. Não se sabe qual será a repercussão na Grécia, com as greves previstas para esta semana durante e depois da votação do pacote.

Para esquentar mais um pouco a semana, veio a público um relatório do banco HSBC em que este prevê medidas mais rigorosas para se precaver contra a possível saída “de um país” da zona do euro. Na avaliação do relatório, haveria uma catástrofe caso Grécia, Espanha ou Itália saíssem da zona do euro; essa catástrofe seria menor no caso de Chipre, Irlanda ou Portugal. Entretanto, o país que está de fato na berlinda é a Grécia, cujo caso será mais uma vez debatido na próxima cúpula da UE no final de novembro.

Toda essa agitação – bem como a fala de Merkel – se contrapõe à declaração do presidente francês François Hollande de que o pior da crise já teria passado, e que 2013 seria um ano de retomada do crescimento.”

FONTE: escrito por Flávio Aguiar, direto de Berlim para o site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21199).
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Um lugar qualquer

Sem centro 
Vladimir Safatle 

Se, no final do século 19, alguém se perguntasse sobre os lugares nos quais se decidia silenciosamente os novos caminhos das artes visuais, dificilmente ele acertaria. Pois dificilmente alguém imaginaria que devesse voltar os olhos para uma ilha perdida no meio da Oceania, para uma cabana rústica isolada nos campos do sul da França e para uma pequena vila nos arredores de Paris. No entanto, era lá que Paul Gauguin, Paul Cézanne e Vincent van Gogh trabalhavam na reconstrução da linguagem da pintura.

Em um dos momentos maiores de redefinição das artes visuais no Ocidente, foi necessário sair do centro para que algo de fato ocorresse. Foi necessário estar na periferia.

Não se tratava de alguma forma de necessidade patológica de isolamento ou de procura pela força pretensamente evigorante da natureza intocada.

Estar fora do centro era importante porque acontecimentos normalmente ocorrem em contextos de deslocamento, em locais onde uma certa indiferença criadora em relação aos padrões da linguagem torna-se possível.

Atualmente, vários voltam seus olhos para as periferias do mundo a fim de encontrar linguagens artísticas em reconstrução.

Outros desconfiam destas procuras, vendo nelas apenas uma forma de projeção que visa compensar, através da idealização de "novos sujeitos", nossas expectativas criativas frustradas. Um pouco como se procurássemos nas periferias aqueles que, no lugar dos proletários integrados ao sistema capitalista, pudessem nos guiar em direção à realização de uma filosofia da história pensada como redenção revolucionária criadora.

No entanto, não precisamos acreditar em tal filosofia da história para aprendermos a olhar para além de nossos muros. Basta darmos um passo a mais em relação à época de Gauguin, Cézanne, Van Gogh e admitirmos uma teoria da contingência que suspende a própria distinção entre centro e periferia para dizer: "Um acontecimento é aquilo que pode vir de qualquer lugar".

Uma revolta política que perpassa nossa época como um vírus pode começar em uma pequena cidade da Tunísia. Uma experiência literária verdadeira pode estar em gestação na periferia de São Paulo.

Esta dimensão de "lugar qualquer" que um acontecimento é capaz de produzir nos lembra que o pior pecado é não acreditar nos agenciamentos contingentes.

Temos de estar preparados para que eles ocorram em qualquer lugar.

O primeiro passo para isto é mostrar, por ações concretas, que abandonamos de vez a distinção entre centro e periferia. Hoje, a inteligência sempre vem de um "lugar qualquer".

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