Pau dos Ferros: Especulações sobre secretariado de Fabrício Torquato agrada "gregos", porém, divide "troianos".


As especulações sobre a possível formação do secretariado do Prefeito eleito de Pau dos Ferros, Fabrício Torquato (DEM), estão a pleno vapor, mas o surgimento de alguns nomes para o preenchimento de cargos importantes tem gerado certas controvérsias aqui na terrinha.

Nomes como o de Indira Figueiredo (Gabinete Civil), dos médicos Ivonézio Queiroz e Etelânio Figueiredo (Saúde), Marta Pontes (Assistência Social), das professoras Ednaide Rêgo e Ceição Nobre (Educação) tem sido os mais comentados ou dados como certos pelos "palpiteiros de plantão". 

Contudo, dizem que a Vereadora Zélia Leite, os médicos Juciede Duarte e Tarcíso Pinheiro também cultivam o mesmo "sonho de consumo": assumir uma pasta no "Governo Fabrício".

Fora isso, existem aqueles que, supostamente, desejariam permanecer no alto escalão do Poder Executivo a todo custo, como seria o caso do atual Chefe de Gabinete, Alexandre Aquino, e da atual Secretária de Assistência Social, Emília Suzana, considerada por muitos como a "queridinha" do atual Prefeito, Leonardo Rego (DEM), mas que corre o risco de perder a direção da pasta que comanda para proporcionar a Fabrício a oportunidade de acomodar os neo-aliados governistas.

O certo mesmo neste cenário confuso de "futricas oficiais" é que o novo Prefeito terá uma tarefa duríssima pela frente: agradar "gregos" e "troianos" no famoso jogo das acomodações políticas (pós eleições), típico do atual sistema democrático brasileiro, ou seja, cheio de fisiologismos e apaniguamentos.

Ambrose Bierce tinha razão quando disse: "A política é a condução dos assuntos públicos para o proveito dos particulares."

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Bananas terão papel-chave na alimentação em mundo ‘aquecido’


Um relatório recém-divulgado afirma que as mudanças climáticas poderão fazer das bananas uma fonte alimentar crucial para milhões de pessoas.
A conclusão é parte de um relatório elaborado pelo Grupo Consultor de Pesquisas Agrícolas Internacionais (CGIAR, na sigla em inglês), uma entidade que reúne pesquisadores de todo o mundo e que visa reduzir a pobreza rural, aumentar a segurança alimentar e melhorar a saúde e a nutrição humana, fazendo uso de um gerencialmento sustentável de recursos naturais.

De acordo com o CGIAR, a fruta poderá vir a substituir a batata em alguns países em desenvolvimento.

Atendendo a um pedido do Comitê da ONU para Segurança Alimentar, especialistas analisaram os efeitos de mudanças climáticas em 22 das mais importantes commodities agrícolas mundiais.
Eles preveem uma queda na produção de batata, arroz e trigo - três dos produtos agrícolas que mais oferecem fontes de calorias.
Eles afirmam que o cultivo de batata, que cresce melhor em climas temperados, poderá sofrer com aumentos de temperatura e mudanças climáticas.
Os autores afirmam no relatório que estas mudanças poderão oferecer ''uma oportunidade para o cultivo de certas variedades de bananas'' em regiões de altitude mais elevada, até mesmo nos locais em que atualmente batatas são cultivadas.

Opção

''Não é necessariamente uma fórmula mágica, mas haverá regiões em que, à medida em que as temperaturas forem aumentando, as bananas poderão ser um opção para os pequenos agricultores'', disse, em entrevista à BBC, Philip Thornton, um dos autores envolvidos no estudo.
O documento afirma que o trigo fornece a mais importante proteína e fonte de caloria derivada de um vegetal. Mas acrescentou que o cereal enfrentará dificuldades no mundo emergente, onde preços de algodão, mandioca e soja jogaram o trigo para terras agrícolas mais pobres, o que pode fazer com que o produto esteja mais vulnerável a problemas ligados às mudanças climáticas.
Um possível substituto, especialmente no sul da Ásia, poderia ser a mandioca, que é mais resistente a climas mais intensos.
Mas quão fácil será fazer com que consumidores se adaptem a novos alimentos e novas dietas?
Bruce Campbell, o diretor do Programa de Mudanças Cimáticas, Agricultura e Segurança Alimentar (CCAFS, na sigla em inglês) disse à BBC que as mudanças que estão ocorrendo agora já se deram também no passado.
''Há duas décadas não havia quase qualquer consumo de arroz em certas partes da África, agora existe. Os hábitos das pessoas mudaram devido ao preço. É mais fácil adquirir arroz, é mais fácil de cozinhar. Eu creio que mudanças acontecem normalmente e elas acontecerão no futuro'', disse.
Uma das principais preocupações dos pesquisadores é como obter fontes de proteínas que compõem a dieta alimentar. Soja é uma das principais fontes de proteína, mas ela é suscetível às mudanças climáticas.
Cientistas afirmam que o feijão fradinho, conhecido na África subsaariana como ''carne de pobre'' é resistente a secas e se adapta melhor a climas quentes e, portanto, poderia ser uma boa alternativa à soja. Folhas de feijão também podem ser usadas como alimento para gado.
Em alguns países, como a Nigéria e o Níger, fazendeiros já estão trocando a produção de algodão pela de feijão fradinho.
De acordo com o estudo, é provável que também se deem nos próximos anos avanços na produção de fontes de proteína animal, como uma transição para uma pecuária extensiva para a intensiva.
''Isso é um exemplo de algo que já está acontecendo. Houve uma grande transição de criação de gado bovino para a criação de cabras no sul da África, algo que ocorreu em decorrência das secas. Quando fazendeiros percebem que há problemas em suas produções, eles realmente se dispõem a mudar. A mudança é realmente possível, não é apenas uma ideia louca'', disse Campbell.
BBC Brasil

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O SCRIPT DO GOLPE

Por Eduardo Guimarães


“Vencidas as inacreditáveis ingenuidade e imprudência de democratas bem-intencionados que chegaram a crer que a direita midiática continuaria aceitando ser contrariada por uma vontade popular que as urnas teimam em expressar, eleição após eleição, desde o histórico 2002, é chegada a hora de ler o script do golpe – que já não se esconde.

Retrocedamos, pois, ao limiar daquele outono de 1964, quando, já em nome do “combate à corrupção”, os mesmos meios de comunicação evocavam a “ética” contra o governo trabalhista de então, que, tenhamos presente, cometia o “crime” de combater a desigualdade renitente que infecta a nação há 500 anos, só que com muito menos ousadia do que o atual.

No início dos anos 1960, o “Coeficiente de GINI”, que mede a concentração de renda das nações, em sua versão verde-amarela, já altíssimo, alcançava a marca pornográfica de 0,52 – quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.

Aos trancos e barrancos, no limiar do golpe, Jango Goulart retomara, em certa medida, o controle do governo, após tentativas civilizadas de impedir que adotasse medidas contra uma chaga nacional que escandalizava o mundo e mantinha o país agrilhoado ao atraso.

A expressão “reforma agrária” também escandalizava, só que aos detentores do que, à época, tinha muito mais importância do que hoje: a propriedade da terra. E, para colocar lenha na fogueira, os movimentos estudantil e sindical se entregavam, entre um devaneio e outro, ao idílio socialista. E o que é pior: sem fazer maior segredo.

Os arreganhos golpistas, para se venderem à sociedade, não falavam no “direito” dos ricos a concentrarem parcela indecente da renda. A ideia de que o povo estava sendo roubado pelo governo justificaria melhor a conspiração que já germinava nas redações dos donos da “imprensa”.

Era preciso, pois, construir “razões” para justificar o uso da força bruta a fim de obter o que, cada vez mais, ficava evidente que não seria obtido pelas urnas – até porque, na falta de votos, fraudá-las seria impossível estando os “comunistas” no poder, pois são os governos que organizam eleições.

Dez anos antes, a mesma desculpa fora usada para acuar aquele que, heresia das heresias, ousara erigir uma legislação trabalhista que tantos “custos” acarretara ao “pobre” capital.

A história do Brasil, como se vê, é a prova de que a “corrupção” sempre foi o artifício do capital e das elites para manter a esquerda, seu trabalhismo e seu viés distributivista de renda longe do poder de Estado.

A pontuação do coeficiente de GINI, naquele outono de 1964, era pouco maior do que é hoje. Com a ditadura, as coisas “foram postas no lugar”, ou seja, de 0,52, naquele momento, ao fim da ditadura foi parar em cerca de 0,60, em um processo que tornou o rico mais rico e o pobre, mais pobre.

Entre todas as razões para o golpismo se erguer de novo por estas bandas, portanto, a queda vertiginosa do GINI que marcou os governos Lula e Dilma explica, como nada mais, a volta das acusações de corrupção ao grupo político que, no poder, é responsável por, em dez anos, devolver ao Brasil o que a ditadura levou vinte para lhe roubar – em 2012, o índice é pouco menor do que o de 1964.

No entanto, se as razões de hoje para o golpismo via acusações de corrupção ao governo de turno são as mesmas de há meio século, o script do golpe teve que ser reescrito. Não existe mais o inimigo externo a ameaçar tomar os bens das famílias mais abastadas para entregá-los à ralé preguiçosa, morena e inculta.

Sem a ameaça de tropas vermelhas a marchar sobre a nação, não se justifica mais o uso das forças armadas para golpear a democracia. É por aí que começou a ser construída, em Honduras, uma modalidade de golpe que há pouco se reproduziu no Paraguai de forma mais próxima – porém ainda grosseira – do modelo que se pretende aplicar por aqui.

O golpe “constitucional” de Honduras inaugurou a modalidade. O do Paraguai a refinou um pouco mais, mas ainda não o suficiente para ser usada no Brasil. A ansiedade por retomar o poder naqueles países pecou pelo tempo escandalosamente curto para desenvolver o processo.

No Brasil, com a comunicação de massas, o Judiciário, os militares e boa parte da classe política de acordo, pode-se dar tempo ao tempo, começando a devorar a democracia pelas beiradas.

A aceleração que se está vendo do processo, portanto, deve-se à gota d’água que foram as eleições de 2012, que extirparam aos golpistas contemporâneos qualquer esperança em obter do povo a colaboração eleitoral para recolocá-los no poder.

Pela burrice de que padecem os autoritários, confiaram na “burrice” popular que acreditaria, por exemplo, em uma revista que há dez anos, semana após semana, só enxerga e denuncia corrupção em um único partido, em um único nível de governo. Passada a última surra eleitoral, aplicada bem quando a bomba atômica (o julgamento do mensalão) foi detonada, não há mais esperança.

A condenação ditatorial de José Dirceu, José Genoino e outros petistas menos relevantes não conspurcou nem o PT, nem Lula e, muito menos, o governo Dilma Rousseff. Acabaram-se as ilusões.

Assim, o golpismo destro-midiático descobriu que o povo simplesmente se recusa a acreditar que o PT inventou a corrupção no país – premissa contida no fato de petistas serem os primeiros políticos a ser condenados pelo STF após mais de cem anos de história republicana.

Eis que a ingenuidade de Lula e de Dilma, quase inacreditável, foi um presente dos deuses – ou dos demônios – para o golpismo tupiniquim. Lula, um estrategista político como nunca se viu outro no Brasil, nomeou, de olhos fechados, inimigos políticos para o cargo que dá a quem ocupa a prerrogativa de processar até o presidente da República.

Dessa maneira, há poucas dúvidas – se é que existe alguma – de que o doutor Roberto Gurgel aceitará, gostosamente, a denúncia que a oposição faz àquele que responsabiliza por suas derrotas eleitorais, o que ela faz por não entender que o que leva o povo a votar nos que ele indica não são seus belos olhos, mas a distribuição de renda e oportunidades.

Os golpistas mais espertos, então, já sabem que anular Lula será insuficiente enquanto a vida do brasileiro continuar melhorando. Mesmo que consigam fazer o processo dele andar até as eleições de 2014, de forma a chegar lá desmoralizado, a situação do país reelegerá Dilma.

Se, mesmo após Lula ter sido inocentado nas investigações sobre o mensalão, agora estão conseguindo envolvê-lo com matérias meramente opinativas de revistas e jornais, o que custará “descobrirem”, antes de agosto – quando Gurgel será substituído –, que a presidente, que integrou o governo anterior, também integrou a ‘quadrilha’?”

[OBS deste blog ‘democracia&política’: A análise e as previsões acima de Eduardo Guimarães são bem realistas. O risco de acontecerem é grande. Lembrar que, agora, com a “nova jurisprudência” criada e adotada pelo STF na “Ação Penal 470”, não mais são necessários fatos e provas para se condenar. Bastam denúncias (mesmo que vazias) e ilações dos juízes apresentadas e intensamente repetidas em horário nobre, sustentadas apenas por belos, pomposos e midiáticos adjetivos, advérbios e superlativos. Na verdade, essa jurisprudência não é novidade no Brasil. Nos anos 60 e 70, bastava um "consta que" para dar forte embasamento jurídico para pesadas condenações. Por exemplo, "consta que fulano é comunista", ou "consta que tem simpatias por princípios esquerdistas". "Provas" essas muito usadas para sustentar as condenações].

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães em seu blog “Cidadania.com”  (http://www.blogdacidadania.com.br/2012/11/o-script-do-golpe/).
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ME ENGANA QUE EU GOSTO..., por Marcos Coimbra

Por Marcos Coimbra, no “Correio Braziliense”


“Será amnésia? Desinformação? Ou apenas nossa velha conhecida, a vontade que a realidade seja como desejada?

Quem lê a abundante produção de nossos comentaristas políticos a respeito das eleições municipais recém concluídas não deve estar entendendo nada. Afinal, tudo que sabíamos sobre elas estava errado?

Não somos, propriamente, novatos na matéria. Se contarmos as que ocorreram desde a redemocratização, já são 8, cobrindo um período de quase 30 anos. Domingo (28 out), não era a primeira vez que as fazíamos.

Somos, portanto, tarimbados o suficiente para esperar mais discernimento na hora de interpretá-las.

Se há uma coisa que temos obrigação de saber sobre a relação entre a escolha de prefeitos e a de presidente da República é que ela inexiste. Só quem tomou bomba na escola primária da política ignora fato tão básico.

Parece, no entanto, que nossos analistas se esqueceram disso.

Tanto que quase tudo que vêm publicando versa sobre as consequências das eleições deste ano na definição de quem ocupará o Palácio do Planalto a partir de 2015.

Reeditam a teoria do “primeiro capítulo”, que assegura que a eleição municipal “antecipa” a presidencial.

O problema dela é ser errada, com ampla evidência a demonstrá-lo.

Nenhuma das eleições presidenciais brasileiras modernas foi “antecipável” pelo ocorrido dois anos antes, quando o eleitorado, pensando em uma coisa completamente diferente, procurou identificar os melhores candidatos a prefeito e vereador nas cidades.

Collor não “tinha” mais que meia dúzia de prefeitos – fora em Alagoas - quando se lançou. Fernando Henrique ganhou e se reelegeu sem precisar de “prefeitama” nenhuma [surfando na onda do Plano Real lançado pelo governo Itamar Franco].

Na eleição de Lula, a vastíssima maioria dos prefeitos estava com Serra, que pilotava uma coligação imensa, congregando todos os partidos mais bem sucedidos na eleição de 2000 - incluindo os três maiores no número de prefeitos, PSDB, PMDB e PFL.

Na reeleição e com Dilma, a importância do tamanho das “bases municipais” voltou a se mostrar pequena.

Em que pese o óbvio, a mídia anda cheia de especulações sobre os impactos de 2012 em 2014. Talvez, porque nossos comentaristas desejam que existam e modifiquem o cenário mais provável.

Qual o critério para definir os “grandes vencedores” de 2012? Ter feito mais prefeitos e vereadores, vencido em mais capitais, tido a maior taxa de crescimento, conquistado as prefeituras das capitais mais importantes, se desempenhado melhor em cidades médias, tido a performance mais bem equilibrada nas regiões do País? Ou haver conseguido a melhor combinação disso tudo?

PSD e PSB, entre os partidos médios, fizeram um bom número de prefeitos. O PSDB venceu em duas capitais do Norte e duas do Nordeste. São do PSB os prefeitos de cinco capitais, do PMDB os de duas, do PT os de quatro. O PTC venceu em uma.

E daí?

No plano objetivo, nada. Em primeiro lugar, porque, para a imensa maioria dos eleitores, o voto no prefeito nada tem a ver com o voto na eleição presidencial. Em segundo, porque é ínfima a proporção que escolhe o candidato a presidente “por influência” do prefeito.

No máximo, a eleição municipal projeta uma imagem de vitória. Como em alguns casos simbólicos – vencer em São Paulo, por exemplo.

É, talvez, por ter Fernando Haddad vencido na cidade que os analistas da mídia conservadora andam tão ansiosos à cata de qualquer “vencedor” que não seja o PT.”

FONTE: escrito por Marcos Coimbra, no jornal “Correio Braziliense”. O autor é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Transcrito no portal “Viomundo”  (http://www.viomundo.com.br/politica/marcos-coimbra-me-engana-que-eu-gosto.html) [Imagem do Google e trecho entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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