O teste tucano


Tião Bocalom chegou a 2012 como o franco favorito à prefeitura de Rio Branco. Lá por abril, maio, ouvíamos dos tucanos que ninguém tirava esta eleição dele, nem dinheiro. Terminado o segundo turno, vimos que o poder do dinheiro o derrotou sim. Não somente o dinheiro que os opositores afirmam ter visto sendo usado para comprar voto no domingo passado, mas a dependência financeira de milhares de pessoas com cargos no governo e na prefeitura.

Mas como disse Bocalom ontem ao Gazeta Entrevista, não adianta chorar o leite derramado. A campanha tucana teve uma série de erros, a começar pelo marketing eleitoral. Deixaram o candidato solto falando o que não devia falar, dando munição para o adversário que pintou e bordou com o tucano. 

Mas Bocalom sai fortalecido desta luta como o grande líder da oposição. Isso não foi conquistado à toa. Ele é o grande responsável por fortalecer o PSDB no Acre. Tomou o partido dos antigos dirigentes quando estes estavam de namoro com o PT. Todos lembram daquela cena do então governador Jorge Viana chegando ao diretório tucano para uma reunião.

Bocalom tornou o PSDB arqui-inimigo do PT no Acre e se tornou a principal referência em oposição. O PMDB ficou morto por não ter tido a capacidade de gerar novas lideranças, orbitando sempre em torno de Flaviano Melo; a consequência está aí. O PSDB aglutinou novos líderes, como o hoje deputado federal Márcio Bittar e o estadual Wherles Rocha.

Elegeu seis prefeitos. A polarização hoje no Acre é PT e PSDB, repetindo aqui a disputa do plano nacional. Bocalom sai como o grande líder da oposição nesta eleição por sua persistência em quatro eleições majoritárias. Ele representa o sentimento anti-PT e tem um projeto político oposto ao defendido pelo petismo. 

Bocalom é bom político. É ficha-limpa, tem experiência e uma biografia que o gabarita a qualquer cargo público. 

Ele não disputará o governo em 2014, seu candidato é Márcio Bittar. Tião Bocalom é candidato a deputado federal. Isso é certeza. Com a votação recebida em 2010 e 2012 tem chances reais de conquistar uma cadeira na Câmara. 2014 será o teste do tucano para saber se os quase 88 mil votos recebidos no segundo turno foram por confiança e credibilidade ou um voto de protesto contra o PT e o Vianismo.  
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TJ-RN desaprova agravos contra o prefeito eleito Carlos Eduardo.


O desembargador Vivaldo Pinheiro, junto com os juízes André Medeiros e Sulamita Pacheco, confirmaram na manhã desta quinta-feira (1), após julgamento na 3ª Câmara Civil, que não darão prosseguimento aos agravos contra o prefeito eleito Carlos Eduardo, a respeito do processo promovido pela Câmara Municipal de Natal que pedia que fossem executados os efeitos da desaprovação das contas de sua gestão relativo ao exercício no ano de 2008.

Segundo o desembargador, por parte da Câmara, não foi dada a ampla defesa para o prefeito eleito, que não teve tempo de defender das acusações. 

Ainda segundo o juiz, mesmo com ressalvas, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou as contas do ex-gestor, em 2008, enquanto a Câmara Municipal rejeitou por outros motivos.
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TRE-RN cassa o mandato do Deputado Dibson Nasser.


A Corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) decidiu pela cassação do mandato do deputado estadual Dibson Nasser. A informação foi divulgada na tarde desta quarta-feira (31), após a conclusão da sessão extraordinária que julgou a Ação de Impugnação.

Após voto-vista do juiz Verlano Medeiros, que abriu divergência e não reconheceu a existência de abuso de poder econômico, o juiz Virgílio Paiva proferiu voto no mesmo sentido.

Em seguida, o desembargador Amílcar Maia votou pela cassação, acompanhando o relator, juiz Jailsom Leandro, que reconheceu o abuso de poder econômico, além de ter declarado a inelegibilidade do deputado por três anos, a partir das eleições de 2010. 

O desembargador João Rebouças não participou do julgamento, por ter se declarado suspeito.
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No 2º turno, Haddad cresceu mais que Serra em redutos de aliados do tucano


O plano de ampliar a votação de José Serra (PSDB) no segundo turno usando vereadores da coligação tucana tidos como "donos de currais eleitorais" na periferia de São Paulo foi um fracasso

O mapa das 58 zonas eleitorais da capital mostra que, do primeiro para o segundo turno, a votação do petista Fernando Haddad cresceu até cinco vezes mais que a de Serra em redutos de vereadores aliados do tucano.

Haddad acabou eleito prefeito com 56% dos votos contra 44% do rival.

O fiasco foi maior em bairros do extremo da zona sul, onde "puxadores de voto" que prometeram empenho para eleger Serra no segundo turno não conseguiram reverter o prestígio próprio em votos ao tucano.

O caso mais emblemático ocorreu no Grajaú, onde Serra teve menos votos do que o vereador Antonio Goulart (PSD) sozinho. O tucano teve 23 mil votos no bairro; o parlamentar, o mais votado da região, conseguiu 26,7 mil.

Em relação ao primeiro turno, Serra teve apenas 8,5 mil votos a mais no Grajaú. Haddad, por sua vez, aumentou sua votação em 47 mil votos na mesma área.

"Sugeri dezenas de vezes para que a campanha veiculasse no horário eleitoral coisas específicas para a região, mas os publicitários não ouvem ninguém", justificou Goulart. "Deu no que deu."

Apesar de ter apoiado Serra, o vereador do partido do prefeito Gilberto Kassab já declarou apoio à futura gestão Haddad na Câmara Municipal. "Não vou fazer oposição porque 90% dos meus eleitores votaram no Haddad".

Em Parelheiros, bairro vizinho, Goulart e Milton Leite (DEM), também da coligação de Serra, somaram mais votos que o tucano: 23,2 mil a 27 mil. Leite disse ter colocado 500 cabos eleitorais nas ruas para pedir voto ao tucano e prometeu virar o jogo.

O resultado foi pífio. Na região, Serra ganhou 9,2 mil votos a mais, enquanto Haddad acrescentou 52,2 mil votos sobre o que já tinha conseguido no primeiro turno. O bairro foi onde o petista teve a maior vitória sobre o rival: 83,5% a 16,5%.

"De uma maneira geral, lá é território petista e nesta eleição não foi diferente", explica Milton Leite. "Estamos lambendo as feridas e examinando os resultados."

O maior crescimento de Serra foi no extremo leste, onde ele ampliou a votação em mais de 70% em cinco zonas.

Já Haddad mais do que dobrou sua votação em 16 zonas eleitorais da capital, com destaque para os bairros da zona norte, onde os concorrentes Celso Russomanno (PRB) e Gabriel Chalita (PMDB) tiveram bons resultados no primeiro turno.
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Liberdade em risco

Contra a avalanche, o jornalista desiste

FÁBIO PANNUNZIO
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Como jornalista a serviço de empresas de comunicação, fui processado só uma vez em 31 anos de profissão --a despeito de ter trabalhado a maior parte desse tempo como repórter investigativo e de ter feito dezenas de denúncias graves. E ganhei.

 Há menos de quatro anos, criei um blog dedicado à reflexão política e à denúncia de iniciativas visando sufocar a liberdade de expressão, promover ou justificar a corrupção.

 Ao longo de sua existência, tornei-me alvo de uma avalanche de processos judiciais. Foram oito ao todo, que me obrigaram a gastar uma fortuna com a contratação de advogados. Como blogueiro, descobri a condição de vulnerabilidade em que se encontram dezenas de jornalistas que decidiram atuar independentemente na internet.

 Jamais fui condenado, mas é fato inquestionável que o exercício das garantias constitucionais é excessivamente custoso para quem não está respaldado por uma estrutura empresarial ""ou não vendeu a alma ao diabo.

 Contratar advogados, pagar custas e honorários, invariavelmente caríssimos, já constitui, em si, uma punição severa, mesmo para quem fatalmente será absolvido ao final de um processo sofrido e demorado.

Foi o que me levou à decisão de parar de publicar no blog.

 Os dois primeiros processos vieram do Paraná, de onde uma quadrilha de estelionatários e traficantes de trabalhadores brasileiros para os EUA conseguiu censurar o blog durante alguns meses. A prisão dos denunciados fez com que a censura se extinguisse. Não satisfeitos e embora presos, passaram a pleitear uma indenização por danos morais.

 De Mato Grosso chegaram outras quatro ações. O autor é o deputado estadual José Geraldo Riva, réu em 120 processos por peculato, corrupção e improbidade administrativa. Seu mandato foi cassado duas vezes por compra de votos, mas Riva ainda preside a Assembleia Legislativa do Estado, mesmo proibido de assinar cheques e ordenar despesas.

 Boa parte dos textos teve como objeto o repúdio às práticas que o STF agora condenou como crimes praticados pelos mensaleiros do PT. O foco era o desvirtuamento ético, e não a questão partidária.

Também critiquei o mata-mata na segurança pública de São Paulo, Estado governado pelo PSDB. Daí brotaram dois outros processos.

O primeiro, uma queixa-crime do ex-comandante Paulo Telhada, que acaba de ser eleito vereador em São Paulo graças à imagem que ele alimenta de matador implacável. É o mesmo acusado de incitar no Facebook a campanha que culminou em uma série de ameaças ao repórter André Caramante, desta Folha.

O segundo é uma ação por danos morais movida pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, que novamente pôs o blog sob censura.

Não fui o único blogueiro a ter a sua atividade jornalística impedida por uma sequência de ações judiciais. Outro caso exemplar é a mato-grossense Adriana Vandoni, do blog "Prosa & Política". Desde 2009, a publicação está censurada judicialmente pelo mesmo José Geraldo Riva.

Não defendo prerrogativas de qualquer natureza para o jornalismo irresponsável. O exercício do jornalismo se torna deletério quando há deslizes éticos, com prejuízos enormes para quem se vê caluniado, difamado ou injuriado.

Também não me insurjo contra o direito dos ofendidos de pleitear reparação diante de distorções e erros da imprensa. O blog, aliás, sempre criticou o engajamento do jornalismo a soldo de políticos suspeitos, que atua como uma máquina de destruir reputações. Tal máquina ataca inclusive jornalistas, como Heraldo Pereira, da TV Globo, e Policarpo Júnior, da "Veja", vítimas de uma campanha difamatória hedionda movida pela blogosfera estatal.

Minha página eletrônica nunca aceitou qualquer forma de publicidade. Era mantida exclusivamente às expensas da minha renda pessoal auferida como repórter e apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão. O exercício da liberdade de expressão, no ambiente cultural de uma democracia que ainda não se habituou à crítica (e a confunde com delitos de opinião), desafortunadamente, se tornou caro demais.

Mas sou forçado a concordar com os que entenderam minha atitude como capitulação. Porque o silêncio compulsório, que é o que desejam os inimigos da liberdade de expressão, só fará agravar o problema.

 FÁBIO PANNUNZIO, 51, jornalista, é repórter e apresentador da TV Bandeirantes

 
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