Quando a mídia corporativa aponta suas manchetes para um técnico de futebol, todos sabemos - mais dia, menos dia, ele cai. Ela ainda tem bastante força para influenciar a decisão de pequenos grupos, como uma diretoria de time de futebol, por exemplo.
Também ainda tem força bastante para queimar a carreira de um político (como vem fazendo, por exemplo, com José Dirceu). Ou para levantar a de outros, como ocorreu com o hipócrita Demóstenes Torres, recentemente cassado.
Ainda tem força para impedir a convocação de um dos seus à CPI, como ocorreu nesta semana com a possível convocação do diretor da Veja Policarpo Junior (leia Silêncio cúmplice da mídia acoberta crime de diretor da Veja denunciado em CartaCapital).
Já não tem mais força, é verdade, para decidir quem vai ser o próximo presidente, como sempre o fez, até 2002. O máximo que consegue é levar a um segundo turno.
Já não tem mais força para conseguir um golpe de estado, como em 1964, ou o suicídio de um presidente que lhe contrariava, como o de Getúlio Vargas, em 1954.
Nem para eleger e forçar o impeachment de outro, como o caso Collor.
Mas isso não significa que a mídia corporativa não siga buscando seu intento, através de agenda-setting, como agora, mais uma vez, conseguiu colocar em pauta o julgamento do tal "mensalão do PT", enquanto o "mensalão tucano", que aconteceu sete anos antes, continua na fila, sem julgamento previsto.
Mais do que isto: a agenda-setting da mídia corporativa tenta criar uma profecia autorrealizável, a de que o julgamento só pode ter um desfecho aceitável: a condenação dos réus.
Não por outro motivo, reportagem de Mônica Bergamo na Folha de hoje tem por título "Nos bastidores, STF conta cinco votos pró-condenação". É puro jornalismo de impressão, espírita:
"Emitindo sinais", telepatia, ou, como chamo, jornalismo mãe Dinah.
Com isso mantêm a pressão sobre os ministros e o julgamento, coroando com essa matéria uma outra, do meio da semana, em que divulgaram uma enviesada pesquisa Datafolha que apontava que 73% dos entrevistados queriam a condenação dos acusados e que fossem enviados para a cadeia (leia aqui).
Pelo que vem acontecendo até o momento, a não ser que haja fato novo, a mídia corporativa vai vencer mais uma. Não vai ser nocaute a la Mike Tyson, como era antes. Mas, por pontos.
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Também ainda tem força bastante para queimar a carreira de um político (como vem fazendo, por exemplo, com José Dirceu). Ou para levantar a de outros, como ocorreu com o hipócrita Demóstenes Torres, recentemente cassado.
Ainda tem força para impedir a convocação de um dos seus à CPI, como ocorreu nesta semana com a possível convocação do diretor da Veja Policarpo Junior (leia Silêncio cúmplice da mídia acoberta crime de diretor da Veja denunciado em CartaCapital).
Já não tem mais força, é verdade, para decidir quem vai ser o próximo presidente, como sempre o fez, até 2002. O máximo que consegue é levar a um segundo turno.
Já não tem mais força para conseguir um golpe de estado, como em 1964, ou o suicídio de um presidente que lhe contrariava, como o de Getúlio Vargas, em 1954.
Nem para eleger e forçar o impeachment de outro, como o caso Collor.
Mas isso não significa que a mídia corporativa não siga buscando seu intento, através de agenda-setting, como agora, mais uma vez, conseguiu colocar em pauta o julgamento do tal "mensalão do PT", enquanto o "mensalão tucano", que aconteceu sete anos antes, continua na fila, sem julgamento previsto.
Mais do que isto: a agenda-setting da mídia corporativa tenta criar uma profecia autorrealizável, a de que o julgamento só pode ter um desfecho aceitável: a condenação dos réus.
Não por outro motivo, reportagem de Mônica Bergamo na Folha de hoje tem por título "Nos bastidores, STF conta cinco votos pró-condenação". É puro jornalismo de impressão, espírita:
A Folha esteve com nove dos 11 magistrados nas últimas duas semanas.
Nenhum deles revelou sua convicção. Poucos sinalizaram como devem votar. Mas, embora o clima seja de desconfiança e os magistrados evitem trocar confidências, vários foram prolixos ao palpitar sobre o que imaginam ser a posição dos colegas.
Pela média das opiniões, o placar estaria hoje indefinido --mas apertado para os réus. Pelo menos cinco ministros estariam emitindo sinais de que devem condenar protagonistas "políticos" do mensalão. Entre eles, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula.
Quatro manteriam tal discrição que seria arriscado até mesmo especular sobre seus votos. Dois são tidos como relativamente certos pela absolvição de ao menos alguns.
"Emitindo sinais", telepatia, ou, como chamo, jornalismo mãe Dinah.
Com isso mantêm a pressão sobre os ministros e o julgamento, coroando com essa matéria uma outra, do meio da semana, em que divulgaram uma enviesada pesquisa Datafolha que apontava que 73% dos entrevistados queriam a condenação dos acusados e que fossem enviados para a cadeia (leia aqui).
Pelo que vem acontecendo até o momento, a não ser que haja fato novo, a mídia corporativa vai vencer mais uma. Não vai ser nocaute a la Mike Tyson, como era antes. Mas, por pontos.