Sucateado, Exército não teria como responder a guerra, dizem generais

exercito_especial_soldado_barco_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Guerreiro de selva patrulha rio na Amazônia durante
ação militar em 2012

Série de reportagens do G1 mostra situação de militares e riscos ao país.
Plano para reequipar tropas, assinado por Lula em 2008, pouco avançou.

Assinada em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa (END) prevê o reaparelhamento das Forças Armadas do país em busca de desenvolvimento e projeção internacional, mirando a conquista de um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, poucas medidas previstas no decreto tiveram avanços desde então.
infografico_exercito_END_versaofinal_300 (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Exército, que possui o maior efetivo entre as três Forças (são 203,4 mil militares), está em situação de sucateamento. Segundo relato de generais, há munição disponível para cerca de uma hora de guerra.
O G1 publica, ao longo da semana, uma série de reportagens sobre a situação do Exército brasileiro quatro anos após o decreto da END, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram ouvidos oficiais e praças das mais diversas patentes - da ativa e da reserva -, além de historiadores, professores e especialistas em segurança e defesa. O balanço mostra o que está previsto e o que já foi feito em relação a fronteiras, defesa cibernética, artilharia antiaérea, proteção da Amazônia, defesa de estruturas estratégicas, ações de segurança pública, desenvolvimento de mísseis, atuação em missões de paz, ações antiterrorismo, entre outros pontos considerados fundamentais pelos militares.

O Exército usa o mesmo fuzil, o FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, há mais de 45 anos. Por motivos estratégicos, os militares não divulgam o total de fuzis que possuem em seu estoque, mas mais de 120 mil unidades teriam mais de 30 anos de uso.

Carros, barcos e helicópteros são escassos nas bases militares. O índice de obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa 92% - sendo que mais de 87% dos equipamentos nem pode mais ser usado, segundo documento do Exército ao qual o G1 teve acesso. Até o início de 2012, as fardas dos soldados recrutas eram importadas da China e desbotavam após poucas lavadas.
A Estratégia Nacional de Defesa elencou entre os pontos-chave a proteção da Amazônia, o controle das fronteiras e o reaparelhamento da tropa, com o objetivo de obter mobilidade e rapidez na resposta a qualquer risco. Defesa cibernética e recuperação da artilharia antiaérea também estão entre os fatores de preocupação.

Um centro de defesa contra ataques virtuais começou a ser instalado pelo Exército em 2010, em Brasília, mas ainda é enxuto e não conseguiu impedir ataques a uma série de páginas do governo durante a Rio+20, em junho deste ano.
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), iniciativa que busca vigiar mais de 17 mil quilômetros de divisas com 10 países, começará a ser implantado ainda em 2012, com um teste na fronteira do Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia.

Segundo o general Walmir Almada Schneider Filho, do Estado-Maior do Exército, a Força criou 245 projetos para tentar atingir os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa. Ele afirma que os recursos, porém, chegam aos poucos.
Nos últimos 10 anos, a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) investido em defesa gira em torno de 1,5%, segundo números do Ministério da Defesa - em 2011, o valor foi de R$ 61,787 bilhões. Durante a crise econômica, entre 2003 e 2004, o índice chegou a 1,43%. O maior percentual foi registrado em 2009, quando 1,62% do PIB foram destinados para o setor.
Em 2012, o Exército receberá cerca de R$ 28,018 bilhões, mas 90% serão destinados ao pagamento de pessoal. Desde 2004, varia entre 9% e 10% o montante disponível para custos operacionais e investimentos.
A ideia do ministro da Defesa, Celso Amorim, é elevar gradativamente os gastos com defesa para a média dos demais países dos Brics (Rússia, Índia e China), que é de 2,4%. Segundo afirmou em audiência no Senado, o objetivo é fazer o Brasil ter maior peso no cenário internacional.
“Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande. Por isso, um dos nossos projetos busca a recuperação da capacidade operacional. Até 2015, devemos receber R$ 10 bilhões só para isso”, afirma o general Schneider Filho, responsável pelos estudos da END no Estado-Maior do Exército.
Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate"
General Maynard Santa Rosa
Falta munição
Dois generais da alta cúpula, que passaram para a reserva recentemente, afirmaram ao G1 que o Brasil não tem condições de reagir a uma guerra. “Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate”, diz o general Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.

“A quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe, principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de atingir a capacidade para reagir”, alerta o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), que coordena todas as tropas do país.
“Nos últimos anos, o Exército só tem conseguido adquirir o mínimo de munição para a instrução. Os sistemas de guerra eletrônica (rádio, internet e celular), a artilharia e os blindados são de geração tecnológica superada. Mais de 120 mil fuzis têm mais de 30 anos de uso. Não há recursos de custeio suficientes”, diz Santa Rosa. Ele deixou o Exército em fevereiro de 2010, demitido por Lula após chamar a Comissão da Verdade, que investiga casos de desaparecidos políticos na Ditadura, de “comissão da calúnia”.
Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande"
General Walmir Almada Schneider Filho
Segundo o Livro Branco, documento que reúne dados sobre a defesa nacional, o Exército possui 71.791 veículos blindados, a maioria deles comprados há mais de 30 anos. Apenas um é do modelo novo, o Guarani, entregue em 2012 e que ainda está em avaliação. Um contrato inicial de R$ 41 milhões foi fechado para a aquisição dos primeiros 16 novos carros de combate. No último dia 7, um novo contrato foi assinado para a aquisição de outras 86 viaturas Guarani, ao custo de R$ 240 milhões.
"Nenhuma nação pode abrir mão de ter um Exército forte, que se prepara intensivamente para algo que espera que nunca ocorra. A população tem que entender que é preciso ter essa capacidade ociosa, sempre, para estar pronto para dar uma resposta se um dia for necessário", defende o general Fernando Vasconcellos Pereira, diretor do Departamento de Educação e Cultura do Exército.
Riscos e ameaças
Para saber quais equipamentos, tecnologias e armas precisam ser compradas e que outras mudanças são necessárias, o Exército criou o Grupo Lins, que reúne uma equipe para prever cenários de conflitos ou crises - internos ou externos - em que a sociedade e os políticos possam exigir a atuação dos militares até 2030.
O objetivo é antever problemas, sejam econômicos, sociais, de segurança pública ou de calamidade, e saber quais treinamentos devem ser dados aos soldados até lá.
soldados_treinamento_engatinham_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1) 
Soldados recrutas fazem teste de resistência em
treinamento no Exército (Foto: Exército/Divulgação)
Nesses cenários, a Amazônia e as fronteiras estão entre as maiores preocupações. O texto revisado da Estratégia Nacional de Defesa, entregue pelo governo ao Congresso Nacional em 17 de julho, destaca "a ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica”.
Difícil – e necessário – é para um país que pouco trato teve com guerras convencer-se da necessidade de defender-se para poder construir-se"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
Para impedir qualquer ataque, o Exército prepara o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que, através de um conjunto de sensores, radares e câmeras, permitirá a visualização de tudo o que ocorre nas fronteiras em tempo real. Os equipamentos facilitarão a repressão ao tráfico de drogas e armas, ao contrabando e aos crimes ambientais. A previsão é de que o sistema esteja totalmente operando em 2024.
O alto valor que o governo pretende passar para o Sisfron - R$ 12 bilhões até 2030 – movimentou o mercado nacional e fez com que empresas se unissem buscando soluções para vencer a licitação em andamento. Entre as interessadas estão Odebrecht, Andrade Gutierrez e Embraer, que fizeram parcerias com grandes indústrias do setor.
Para o historiador e criador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Cavanhari, o Exército está em transformação e precisa se adequar para os inimigos do futuro. “O inimigo, seja interno ou externo, agora está extremamente bem armado. Por enquanto, não temos ameaças explícitas, mas temos que cuidar da nossa casa e estar preparados para responder, caso seja necessário”.
O general da reserva Carlos Alberto Pinto Silva diz que o problema continua sendo o orçamento. "Um coronel argentino me disse que eles aprenderam na guerra nas Malvinas que, se não existe a capacidade mínima de responder, não dá tempo para adquirir. Não adianta chorar depois”, afirma.
Mudança de percepção
Estudioso da área, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ronaldo Fiani entende que a abertura democrática e a criação do Mercosul provocaram mudanças na forma da população conceber a proteção do país, Consequentemente, foram feitos cortes nos investimentos militares. “O fim da ditadura e a união dos países latinos fez com que houvesse enfoque em integração, com diminuição do investimento na área militar", explica.

Burocracia, crises financeiras e déficit fiscal também são entraves para maior disponibilidade de recursos. “A única forma dos militares receberem mais investimentos é se integrando à pesquisa acadêmica e às empresas, como ocorre nos países desenvolvidos", diz Fiani.
exercito_especial_general_indios_para_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1) 
General José Carlos de Nardi cumprimenta índios
durante visita ao Pará  (Foto: Tahiane Stochero/G1)
O general Walmir Almada Schneider Filho concorda com o professor. “No primeiro mundo, o povo tem a mentalidade de que defesa e desenvolvimento caminham juntos e complementam-se. Um impulsiona o outro. Nós não queremos chegar neste patamar [de país voltado para a guerra], mas criar uma mentalidade de defesa, para que o povo discuta o assunto", diz.
A base da defesa nacional é a identificação da Nação com as Forças Armadas e das Forças Armadas com a Nação. Isso exige que a Nação compreenda serem inseparáveis as causas do desenvolvimento e da defesa"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
“Eu acho que a redução dos investimentos tem relação com o período militar e a própria mentalidade da população, que vê como melhor alternativa aplicar os recursos em outro setor fundamental, como saúde, educação, etc", acrescenta Schneider Filho.

"Não há um palmo sobre o território brasileiro que não esteja sob a responsabilidade de uma tropa do Exército. Somos a organização mais presente em todo o território e que tem meios de chegar o quanto antes em qualquer situação. Por isso, assumimos cada vez mais responsabilidades e temos que ter capacidade para atuar em situações de emergência”, diz o general José Fernando Yasbech, também do Estado-Maior do Exército.
Yasbech se refere aos múltiplos empregos do Exército em ações civis dentro do país, como as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como a Constituição determina o emprego militar em casos graves de segurança pública. Além disso, o militares são convocados para o apoio em caso de enchentes, abertura de estradas, construção de pontes, distribuição de ajuda humanitária, apoio em eleições, combate à dengue e à aftosa, entre outros.
Proteger
Em 2012, mais uma linha de atuação está sendo aberta: os militares serão responsáveis pela defesa e proteção de infraestruturas estratégicas do país, como hidrelétricas, usinas nucleares, indústrias essenciais e centros financeiros e de telecomunicações a partir da criação do projeto Proteger. O programa terá recursos na casa dos R$ 9,6 bilhões e reunirá órgãos públicos dos estados e informações necessárias para prevenir, conter ou reprimir ataques ou acidentes nesses locais.
Se o Brasil quiser ocupar o lugar que lhe cabe no mundo, precisará estar preparado para defender-se não somente das agressões, mas também das ameaças"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
São mais de seis mil infraestruturas estratégicas existentes no país, sendo que 364 estão entre as mais críticas, conforme levantamento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
exercito_especial_cabana_cancela_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1) 
Pelotão de fronteira no Pará conta com apenas 9
horas diárias de luz (Foto: Tahiane Stochero/G1)
"O trabalho será tanto no sentido de prevenir acidentes nessas estruturas como também de identificar riscos e, eventualmente, contê-los", diz o general José Fernando Yasbech, que responde pelo projeto.
O trabalho começará no Paraná, com a implementação de um centro de ação conjunta com polícia, Bombeiros e Defesa Civil para defender a Usina de Itaipu.

“O reaparelhamento das Forças Armadas vai além de apenas dizer que um país pacifista está tomando uma atitude de se tornar mais bélico. O emprego dos militares tem sido bem diferente nos últimos anos, seja em ações de defesa civil, de segurança pública, de apoio aos órgãos estaduais. E isso demanda alterações estruturais profundas na política, na mentalidade da população e em investimentos”, diz Iberê Pinheiro Filho, mestre em Relações Internacionais e estudioso da Estratégia Nacional de Defesa.

Procurado para comentar a atual situação do Exército, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger, que escreveu o texto da Estratégia Nacional de Defesa, disse que se considerava "moralmente impedido de falar" devido à "relação íntima e especial com as ações e tarefas de que tratará a reportagem".
"Direi apenas o que escrevi na dedicatória de um livro que dei à biblioteca do Exército, por mãos do general que a comanda: o Exército brasileiro é a mais importante instituição do Brasil", afirmou Mangabeira Unger ao G1.
Já o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que também assinou a END em 2008, disse que não iria comentar a situação, pois não ocupa mais o cargo.
exercito_especial_tenente_costas_barcos_620 (Foto: Tahiane Stochero/G1) 
Tenente caminha entre barcos antigos usados para deslocamento em rios do AP.
Fonte: G1
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Campanha do candidato Valmir prejudica taxistas de Itaituba! Doação de placas em plena campanha política é criticada por taxistas.

Taxistas querem solução para impasse na liberação de placas

O candidato Valmir Climaco tenta contornar situação dos taxistas

O Sindicato dos Taxistas e a Cooperativa dos Taxistas de Itaituba convocaram uma reunião com a presença do prefeito Valmir Climaco para que seja encontrada uma solução para o impasse da liberação de placas.
As duas categorias querem mudanças da atual faixa obrigatória dos veículos, sugerindo que no lugar fique apenas o adesivo NZ, ao invés de todo o contorno que estaria trazendo prejuízos em relação a pintura dos veículos.
Os taxistas dizem que não escolheram o atual modelo de faixa e que a medida teria sido feita a revelia por “meia dúzia” da Diretoria do Sindicato. O taxista Geraldo, que na reunião falou em nome da categoria, fez críticas veementes contra o próprio Sindicato, tendo feito no ato um apelo para que o Prefeito não autorize mais a liberação de nenhuma placa sem o aval da categoria, já que o mercado já estaria saturado com 450 veículos.
Ao fazer uso da palavra o prefeito Valmir Climaco se isentou dos “erros da categoria”, afirmando que todas as placas liberadas foram por solicitação do Sindicato e da Cooperativa. Como maneira de acabar o impasse, o Prefeito sugeriu que fosse formada uma comissão de Taxistas para fazer um levantamento de placas junto com a Comtri. O Prefeito disse que a partir de então não fará liberação de nenhuma placa já que se isenta de culpa dos problemas que estão ocorrendo com a categoria.
O problema foi debatido de forma contundente onde a própria categoria demonstrou não saber conduzir o problema a contento, já que o tom das críticas foi direcionado à própria categoria que desqualificou a diretoria afirmando que a mesma não realizou assembléia para aprovar a padronização dos veículos.
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Candidatos debatem pela 1º vez em Santarém

Debate aconteceu na RBA/TV Santarém e foi intermediado pelo jornalista Mauro Bonna

Candidatos durante debate
O primeiro debate promovido pela RBA TV Santarém aconteceu na noite de quinta-feira (9), entre os candidatos à Prefeitura do Município nas eleições de outubro deste ano. O diretor executivo da RBA/TV Santarém, Miguel Barbosa, recebeu os candidatos Alexandre Von, José Maria Tapajós, Márcio Pinto, Rubson Santana e Lucineide Pinheiro, esta acompanhada da prefeita Maria do Carmo.
O jornalista Mauro Bonna foi o apresentador do programa, que começou por volta de 22h, com os participantes respondendo questionamento sobre o crescimento imobiliário da cidade e os meios de garantir a preservação do meio ambiente. Todos os candidatos apresentaram suas propostas para o setor, dentre elas a criação do Código Ambiental do município e a ampliação das áreas verdes da cidade com a implantação do Horto Municipal, item apresentado pelo candidato Alexandre Von.
Ainda respondendo a primeira pergunta, a candidata Lucineide Pinheiro lembrou que Santarém está inserida na região amazônica e a questão ambiental deve ser pensada como tal. A primeira coisa, segundo ela, é manter a floresta em pé e depois fazer cumprir o Código de Obras do Município.
O candidato José Maria assegurou que no governo dele nenhuma obra será construída sem um estudo ambiental prévio, para evitar prejuízos à cidade. Rubson Santana alertou que os campos de futebol da área urbana estão dando lugar para empreendimentos imobiliários, o que traz prejuízos para a juventude e ajuda no aquecimento do clima na cidade. Márcio Pinto defendeu a necessidade de um amplo debate sobre esse assunto, para assegurar a preservação dos recursos naturais, sem prejudicar o crescimento econômico.
TEMAS MAIS ABORDADOS: Temas como infraestrutura urbana e rural, educação e saúde dominaram o programa. Nos três blocos seguintes, os candidatos fizeram perguntas entre eles, começando por Alexandre Von que perguntou a Rubson Santana o que fazer para melhorar a infraestrutura urbana e rural diante das péssimas condições de estradas e ruas.
O tema educação foi levantado pela candidata Lucineide Pinheiro em pergunta a Márcio Pinto. Este acredita que é preciso trabalhar  a educação como um conjunto, não apenas cuidar do aluno em sala de aula, mas atender todo o pessoal que lida com o setor.
José Maria Tapajós lembrou que, ao assumir o cargo de Prefeito no impedimento da atual prefeita Maria do Carmo, coube a ele assinar o Plano de Cargos Carreira e Salários dos profissionais de educação de Santarém. Alexandre Von prometeu qualificação permanente aos profissionais da educação e ampliar a relação escola-comunidade, assim como criar a certificação dos alunos do ensino fundamental e o Instituto Municipal de Ensino de Línguas Estrangeiras.
Saúde foi outro assunto abordado por todos os candidatos. Lucineide lembrou que quando iniciou o atual governo petista o portão do Pronto Socorro Municipal ficava no cadeado. Agora existe um novo PSM, todo equipado. Alexandre Von considerou que é problemática a situação de saúde em Santarém. Segundo ele, apenas 23% dos moradores do Município são atendidos na rede pública. Ele denunciou que o SAMU está sem médico há algumas semanas.
Fonte: Diário do Pará, de Santarém

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Corruptos e corruptores, todos fichas sujas

Por: Padre Edilberto Sena*

De hoje a dois meses será o dia das eleições municipais em todo o Brasil. Em Santarém o clima é bastante frio especialmente entre os e as eleitoras. Indagando-se na rua sobre quem merece seu voto, várias respostas surgem: Ainda não sei..., está difícil minha escolha...; outro tipo de resposta é: Vou votar nulo..., vou votar em branco... Todas as respostas indicam o clima de desânimo da população.

A política realmente chega ao fundo do poço. Admirável que ainda haja tantos candidatos em disputa pelas vagas. Gastam fortunas para conseguir os votos necessários e aqui entra um vício que veio contribuir para o desgaste da vida política – A compra de votos.
Para combater essa praga que desvaloriza a política, surgiu a lei 9.840 anticorrupção eleitoral. Para o cumprimento dessa lei várias entidades se uniram neste ano. Os comitês anticorrupção, a Justiça Eleitoral, o Ministério Público Federal e a Ordem dos advogados do Brasil. Neste ano, que se cuidem os corruptos e os corruptores de todos os municípios. Quem compra ou vende, quem troca o voto por favores está fazendo corrupção eleitoral.

O desgaste da vida pública chegou a tal ponto que até o julgamento do chamado mensalão se tornou espetáculo de televisão com jeito de telenovela. Também a chamada privataria tucana, publicada em livro com recheada documentação, nem chegou a ser pautada. Com tais exemplos de cima, dificilmente os daqui mais próximos vão acreditar que a lei 9.840 seja para valer. Mas o alerta está dado.

Só existem políticos corruptos porque existem eleitores que aceitam ser corrompidos. Eleitor que receber favor de candidato é corrupto também e pode ser punido com cadeia. Para isso a lei 9.840 está em vigor e os zeladores da moralização política estão atentos.

Além deles, qualquer cidadão sério e honesto poderá denunciar quem compra e quem vende seu voto. Estará sendo anunciado em breve o disque denúncia para ajudar a combater a corrupção eleitoral – Essa praga política.

*Diretor da Rádio Rural de Santarém
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SANTARÉM: MP emite recomendação relacionada à propaganda eleitoral

 

 
Em Santarém, o Ministério Público do Estado que atua na 20ª zona eleitoral, emitiu recomendação por meio do promotor de justiça Tulio Chaves Novaes, relacionada ao cumprimento das regras de propaganda para as eleições 2012. A recomendação é voltada a todos os partidos e coligações dos municípios de Santarém e Mojui dos Campos.
O MP considera , dentre outros, a necessidade de resguardar a vontade genuína do eleitor e sua liberdade de escolha, e o respeito à paz e ao sossego público, a segurança social e ao bem estar da coletividade em geral.
A promotoria recomenda aos partidos, coligações e candidatos o cumprimento de todas as regras e exigências estabelecidas pela legislação eleitoral. O desrespeito poderá acarretar aos infratores as penalidades civis, criminais, administrativas e políticas, além de multas estabelecidas pela justiça eleitoral.
De acordo com a legislação, é totalmente vedada a propaganda eleitoral em bens públicos como postes, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus, praças, jardins, calçadas, etc, e nos bens de uso comum, ainda que de propriedade privada, como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios e outros.
Nos bens particulares, é vedada a veiculação de placas, faixas ou pinturas que excedam a 4 metros quadrados. É vedado o uso de outdoor ou outro de efeito visual similar.
Com relação à propaganda sonora com uso de amplificadores e alto-falantes, não deve ser realizada em horários fora do intervalo entre 8h e 22h, e em distância inferior a 200 metros, das sedes de órgãos públicos, militares, hospitais, igrejas e escolas. É vedada a propaganda sonora que exceda o nível de volume legalmente permitido.
É vedada a realização de comício ou utilização de aparelhagem de sonorização fixa que exceda o intervalo entre 8h e 24h. Também são vedados: “showmícios”, apresentação de artistas remunerados ou não, trios elétricos (exceto nos comícios), distribuição de camisetas, bonés, canetas, cestas básicas ou qualquer objeto que proporcione vantagem ao eleitor.
Na propaganda não é permitida a utilização de símbolos, frases ou imagens associadas ou semelhantes às empregadas por órgãos de governos, empresas públicas ou sociedades de economia mista, bem como o uso de imagem ou som que ridicularize ou ofenda a honra de candidatos.
Os candidatos devem abster-se de promover aglomerações como passeatas ou carreatas, ou uso de propaganda sonora repetitiva que possam causar aborrecimento ao cidadão ou comprometer o descanso e lazer comunitários em locais de grande circulação pública, como a orla da cidade, o centro comercial, considerando o dia da semana.
A recomendação foi enviada a todos os presidentes de partidos, coligações e siglas da região de Santarém e Mojui dos Campos, à prefeita do município, ao presidente da Câmara de Vereadores, à Juíza Eleitoral, ao chefe do cartório da 20ª zona eleitoral, e divulgada na imprensa local.

Texto: Lila Bemerguy, de Santarém
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