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Com os níveis de audiência em vertiginosa queda, as tevês abertas (não pagas) estão a beira de um ataque de nervos. [...][...] a ameaça à hegemonia das empresas de radiofusão é real. O grande bicho-papão da Globo e demais redes de televisão e rádio no Brasil são as empresas de telefonia, que se preparam para disputar o nosso vasto mercado de comunicação social. [...]Estamos no ponto exato do que se pode chamar de encruzilhada tecnológica da comunicação brasileira. Os grandes capitais do setor disputam o mercado, mas esquecem os requerimentos da democratização horizontal da comunicação, recentemente pautados pela Conferência Nacional Comunicação (1ª Confecom), de dezembro de 2009.Em 2008, a rede Globo faturou cerca de 6 bilhões de reais, ao mesmo tempo que a operadora de telefonia Brasil Telecom teria faturado cerca de 40 bilhões de reais. Isto demonstra que, de fato, é uma luta desigual, considerando o tamanho dos capitais envolvidos e a atratividade do negócio em si. [...]Ao Estado resta, na mesma medida, arbitrar menos em favor dos grandes capitais e mais em proveito da verdadeira democratização dos meios de comunicação.
Comentário: o Diário Gauche acerta na mosca, em três pontos. Primeiro, neste caso o apelo a um -ismo por parte da Rede Globo significa só "ai meu bolso tá doendo!". Segundo, o que está acontecendo é uma briga entre graúdos, gente que mexe com bilhões, e a Rede Globo está no lado mais fraco. Terceiro, não é por estar do lado mais fraco que o Estado precisa protegê-la, pois sua função no caso é cuidar dos interesses da sociedade como um todo, não de uma empresa privada.