Mostrando postagens com marcador miséria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador miséria. Mostrar todas as postagens

Mortalidade infantil no governo FHC chegou ao dobro do recorde mundial registrado na pior região da África




O tempo passa, e as pessoas já não se lembram. A mídia corporativa trata de encobrir com o imenso véu do esquecimento o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que quebrou o país, como Pedro renegou Jesus, três vezes.

Mas, uma antiga entrevista de Hamilton Octavio de Souza com o jornalista Aloysio Biondi, em novembro de 1999, sugestivamente intitulada "Mau-caratismo de FHC), publicada na Revista Adunicamp, nos ajuda a lembrar o que é um governo tucano, que com seus aliados, coligados ou não, ameaça voltar.

Adunicamp - O novo Plano Plurianual de FHC, denominado “Avança Brasil”, mantém as mesmas diretrizes do primeiro governo ou apresenta alguma novidade?
 Aloysio Biondi: Acho bobagem falar do plano “Avança Brasil”, acho melhor falar da política econômica total do governo que aí está. A gente vai acabar falando de política tributária que não existe, de política industrial que não existe, de política agrícola que não existe. Recentemente, os jornais publicaram um quadro sobre a liberação de verbas do governo em relação ao total previsto e, então, tem lá: reforma agrária, 25% do previsto; Proger, que é um programa de geração de renda, 0,5% do previsto. Essa história das cestas básicas, por exemplo, já em abril, num artigo meu publicado na Folha, eu falava sobre uma reunião que houve no Palácio do Planalto entre o Comunidade Solidária e todos os ministros, o Fernando Henrique anunciou um aumento de verba para a área social que continuava sendo absolutamente ridículo. A Folha tinha publicado, semanas antes, uma matéria dizendo que a seca aumentou a mortalidade no Nordeste. O texto dizia que a mortalidade infantil no sertão tinha chegado a 400 mortes para cada mil crianças até um ano, que era o dobro do recorde mundial registrado na pior região da África. Na matéria, a prefeita de uma cidade dizia que a situação era dramática porque a população não estava recebendo as cestas básicas e os pagamentos das frentes de trabalho estavam atrasados há três meses. Quer dizer, o que estava matando não era a seca, mas o corte no orçamento, o ajuste fiscal. Isso lembra o que dizia o Fernão Bacha no início do governo Fernando Henrique: ele falava que era bobagem ficar discutindo verbas com o Congresso, que o negócio era deixar aprovar o que quiserem, depois a gente segura. E ele dizia: basta fechar os olhos e tapar os ouvidos à gritaria e à desgraceira ao redor, que é o que esse governo está fazendo.

Adunicamp - E o assunto sumiu do noticiário.
Aloysio Biondi: Eu digo que a imprensa é cúmplice no genocídio, porque isso está acontecendo, as pessoas estão morrendo de fome no Nordeste, a seca jamais acabou, o governo reduziu as frentes de trabalho a um quarto, a verba de cestas básicas foi liberada apenas um quarto do previsto (25%). Inclusive saiu nos jornais que o pagamento de quem trabalhou nas frentes de trabalho em dezembro ainda não tinha sido pago até julho. Quer dizer, é a primeira vez que eu vejo um governo ter a coragem de dar calote no flagelado da seca que trabalhou em frente de trabalho.[Fonte]
Há mais nessa entrevista. Mas, por enquanto, deixo este pequeno trecho com essa informação poderosa, vergonhosa e abafada, esquecida. 400 crianças mortas em cada mil, porque o dinheiro foi para o plano elaborado por aqueles que vivem deitando falação por aí, Pedro Malan, Armínio Fraga, André Lara Resende, Pérsio Arida (este comentei aqui, recentemente, Ex-presidente do BC de FHC é contra crescimento econômico e a favor do aumento de juros e desemprego).

Eles ameaçam voltar, por isso, como um breve, porque este é um blog político, já tratei de declarar aqui, no dia 10, que em 2014, vou votar igualzinho a 2010. E você?







Madame Flaubert, de Antonio Mello

Clique para ver...

Imperialismo

Clique para ver...

“Favela não gosta de miséria”, diz MV Bill

Em entrevista polêmica, MV Bill diz que quem gosta de miséria não é a favela, é intelectual, e descarta categoricamente uma candidatura para cargo eletivo. O rapper apóia a construção do muro para impedir o crescimento desordenado das favelas, mas reclama da ausência de diálogo com as comunidades envolvidas. 

Faltando pouco mais de um ano para as eleições, o Rio de Janeiro já conta com um poderoso candidato para o pleito de 2010: o rapper MV Bill, que recentemente teve sua candidatura “lançada” por Caetano Veloso - e apoiada logo em seguida pelo cineasta Cacá Diegues.
Legitimidade para tanto não falta: uma pesquisa do IBPS (Instituto Brasileiro de Pesquisa Social) realizada no mês de março mostra que 23% dos entrevistados (cerca de 1,8 milhão de eleitores) “provavelmente” ou “com certeza” votariam em Bill para deputado federal; caso se candidatasse ao Senado, contaria com o apoio de 19% da população (aproximadamente 1,4 milhão de votos).
Apesar do entusiasmo inicial, Bill diz que hoje a política formal está fora de seus planos. No entanto, fosse ele um parlamentar eleito pelo Rio de Janeiro, daria seu apoio a uma controversa intervenção em curso na cidade: a construção de muros de contenção em favelas da capital fluminense. 
A iniciativa deve construir quase 11 quilômetros de muros para conter a expansão de 19 comunidades, além de evitar a devastação de áreas de proteção ambiental. Cerca de R$ 40 milhões serão gastos na ação, bancada pela administração de Sérgio Cabral (PMDB-RJ). O governo estadual licitou seis quilômetros de muros ao redor da Rocinha e Chácara do Céu, na zona sul, e Pedra Branca, na zona oeste. 
MV Bill discorda daqueles que consideram os muros um fator a mais de segregação para as comunidades pobres da cidade. Para ele, até ajudam a conter o crescimento desordenado das favelas. “Pior que o muro de concreto, é o muro construído de preconceito. Ele que dividiu a favela”, diz a Terra Magazine. 
- Quem gosta de miséria não é a favela, é intelectual que consegue ver poesia nesse cenário de tristeza, nessa precariedade. 
Confira a entrevista com MV Bill: 
O que acha da construção de muros para conter a devastação ambiental e a expansão de favelas? 
MV Bill - Acho que tem se falado muito em contar a expansão da favela, mas também tem outra questão, que é conter o desmatamento das florestas. Se olhar para conter o desmatamento, começa a ser positiva a discussão sobre a construção, até porque a maioria dos favelados que eu conheço não querem o crescimento da favela e muito menos o desmatamento. Embora essa seja uma iniciativa impopular, ninguém teve nenhuma outra solução.   
Críticos dizem que a construção dos muros acaba por segregar os moradores dessas comunidades. Você concorda? 
Eu não sei, cara. A favela, independente do muro, já é segregada por um muro imaginário, construído à base de preconceito, distanciamento, desnível social, desconhecimento. Eu acho que depende do nosso olhar nesse momento, principalmente num momento em que está havendo muita integração entre a favela e o asfalto.   
Então os muros não são um fator a mais para segregar a favela do asfalto? 
Não. Eu acho que, pior que o muro de concreto, é o muro construído de preconceito, é visível e invisível ao mesmo tempo. Ele que dividiu a favela.   
A construção acaba sendo boa para os próprios moradores da favela… 
É, para conter o crescimento desordenado, porque cresceu demais. E esse crescimento hoje não permite que muitas das favelas tenham espaço para construção.   
Uma pesquisa do Datafolha mostrou que a aprovação ao muro é maior entre as pessoas mais pobres, da própria favela. Esse é um dado esperado? 
É esperado, porque quem gosta de miséria não é a favela, é intelectual que consegue ver poesia nesse cenário de tristeza, nessa precariedade. Até por uma questão de segurança não tem como deixar as favelas crescerem mais, porque a maioria delas já estão com todos os espaços tomados, nas encostas dos morros. Como não tem mais espaço, as construções começam a ser feitas em lugares de alto risco, para a família que constrói aqui e para as famílias que vivem embaixo. As favelas hoje não suportam mais nenhum tipo de crescimento.   
O escritor José Saramago chegou a comparar a construção dos muros no Rio de Janeiro ao Muro de Berlim e aos muros que separam Israel da Faixa de Gaza. Acha que isso é um exagero? 
Eu não cheguei a ver a declaração, mas são visões completamente diferentes. Eu fico mais com a visão de quem é de dentro (das favelas).   
Não deveria haver diálogo com os moradores dessas comunidades antes da construção dos muros? 
Essa é uma reclamação recorrente… Esse é um erro cometido pela maioria dos governos do Brasil todo: não dialogar com a comunidade que está recebendo a política pública. A falta de diálogo acaba não trazendo uma compreensão do que se precisa realmente dentro de uma comunidade. E ouvindo essas pessoas (das comunidades), é possível ter uma política pública mais embasada. Acho que isso acaba sendo um grande erro; o diálogo com a comunidade só vai ter a acrescentar. O diálogo é importantíssimo. Seria a política pública chegando para quem precisa, e orientada para quem sente na pele as necessidades do dia a dia.   
Recentementente você teve seu nome lançado como candidato. A princípio, você rejeitou entrar na política institucional. Como está amadurecendo essa idéia? 
Eu continuo pensando em não concorrer a cargo nenhum. Fico feliz com a movimentação que tá rolando, inicialmente me fizeram pensar, rever minha posição, mas hoje eu acho melhor não mexer na política. Ver os resultados me faz repensar toda hora. Saber que mais de dois milhões de jovens se identificam com o meu pensamento é uma coisa empolgante.   Eles te vêem como um representante deles mesmos… Pô, isso é uma coisa que dá uma puta satisfação. É o maior feedback que a gente pode ter para o nosso trabalho. Porém, a política formal está fora dos meus planos. Eu prefiro continuar trabalhando (junto às comunidades)

Clique para ver...
 
Copyright (c) 2013 Blogger templates by Bloggermint
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...