São Paulo: tão rica, tão estagnada
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Fernando Haddad eleito prefeito, São Paulo pode se transformar de novo numa referência, em matéria de políticas públicas que tornem a vida em comum mais rica, justa e proveitosa.
Nossa cidade tem todas as condições para sair da mesmice: um dos maiores orçamentos e energia criativa de sobra. O lugar-comum no qual se estagnou é incompatível com a vocação cosmopolita da metrópole.
O projeto de uma cidade mais solidária e menos desigual beneficia a todos, sem dividi-la entre ricos e pobres. Primeiro, porque o PT construiu o programa de governo com metas claras, ouvindo a sociedade. Segundo, porque esse plano tem um horizonte realista de quatro anos. Ele não será interrompido nem abandonado.
Uma prefeitura para todos os paulistanos prioriza as necessidades das pessoas em maior dificuldade. É possível fazer o que São Paulo precisa, com as parcerias dos governos federal, estadual e da iniciativa privada.
O Arco do Futuro articula iniciativas que ajudam a integrar as regiões da cidade. A criação de polos de prosperidade ao longo do cinturão viário aproxima o centro da periferia e desobstrui a circulação. A escola em tempo integral é a melhor maneira de educar as crianças para uma convivência pacífica e harmoniosa. Além das disciplinas tradicionais, proporciona acesso ao esporte e à arte.
Haddad também propõe investir na prevenção da violência e no policiamento comunitário. Para enfrentar o crack, não conta com meios truculentos. Seu plano envolve outras áreas, como saúde e assistência social, em conjunto com a União e o Estado.
Prefiro essa candidatura não só pela consistência do projeto. Em Haddad se realiza um ideal de político equilibrado, que alia visão lúcida das prioridades e talento administrativo para realizá-las. Tem posições firmes, mas é capaz de dialogar. Transita com desenvoltura da universidade ao sindicato. Pode construir pontes com a oposição. Não é homem de facções.
Com menos de 50 anos, conjuga a disposição dos jovens com a sabedoria dos mais velhos. É um candidato preparadíssimo para o desafio de governar a capital.
Sua sólida bagagem cultural é direcionada para a solução de problemas práticos. Economista, cientista político, professor e empresário, tem uma experiência de vida diversificada. Mas não fez outra coisa exceto dedicar suas energias a projetos de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Tem vocação para servir ao público.
Sabe descobrir soluções viáveis e criativas para os problemas, dentro das regras do jogo democrático. É sinceramente comprometido com valores progressistas e uma ética laica de respeito ao bem comum. Sua conduta é irrepreensível.
Haddad conhece as necessidades dos paulistanos: saúde, trânsito, segurança, educação e transporte. Participou do planejamento dos CEUs, que projetaram internacionalmente a gestão de Marta Suplicy.
Dou meu testemunho pessoal sobre sua capacidade de trabalho. Fui seu colega de ministério, no governo do presidente Lula. Como ministro de Estado, Fernando expandiu o acesso à educação superior, por meio de um programa pioneiro como o ProUni, além de expandir e fortalecer a avaliação do ensino médio. Sua experiência administrativa, como gestor, está comprovada.
Estou convencido de que sua eleição abre um novo caminho para a cidade e pode melhorar a vida de seus habitantes. Dos dois candidatos sérios selecionados pelos eleitores, espera-se que promovam um ambiente urbano mais saudável. Para mim, lembrando Drummond, Fernando é quem melhor pode ajudar as flores a romperem o asfalto.
Márcio Thomaz Bastos, 77, é advogado. Foi ministro da Justiça (de 2003 a 2007, governo Lula) e fundou o Instituto de Defesa do Direito de Defesa