Nelson Jobim: afastem esse 5ª coluna do Governo!


Agora temos um informante da Embaixada estadunidense dentro do Governo Lula. Por muito menos que isso, caíram Paulo Lacerda e Erenice Guerra.

#forajobim

Arte: Blog da Dilma
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Por dentro do Wikileaks: a democracia passa pela transparência radical

Por Natália Viana*, SP, Operamundi

Fui convidada por Julian Assange e sua equipe para trazer ao público brasileiro os documentos que interessam ao nosso país. Para esse fim, o Wikileaks decidiu elaborar conteúdo próprio também em português. Todos os dias haverá no site matérias fresquinhas sobre os documentos da embaixada e consulados norte-americanos no Brasil.

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Por trás dessa nova experiência está a vontade de democratizar ainda mais o acesso à informação. O Wikileaks quer ter um canal direto de comunicação com os internautas brasileiros, um dos maiores grupos do mundo, e com os ativistas no Brasil que lutam pela liberdade de imprensa e de informação. Nada mais apropriado para um ano em que a liberdade de informação dominou boa parte da pauta da campanha eleitoral.

Buscando jornalistas independentes, Assange busca furar o cerco de imprensa internacional e da maneira como ela acabada dominando a interpretação que o público vai dar aos documentos. Por isso, além dos cinco grandes jornais estrangeiros, somou-se ao projeto um grupo de jornalistas independentes. Numa próxima etapa, o Wikileaks vai começar a distribuir os documentos para veículos de imprensa e mídia nas mais diversas partes do mundo.

Assange e seu grupo perceberam que a maneira concentrada como as notícias são geradas – no nosso caso, a maior parte das vezes, apenas traduzindo o que as grandes agências escrevem – leva um determinado ângulo a ser reproduzido ao infinito. Não é assim que esses documentos merecem ser tratados: “São a coisa mais importante que eu já vi”, disse ele.

Não foi fácil. O Wikileaks já é conhecido por misturar técnicas de hackers para manter o anonimato das fontes, preservar a segurança das informações e se defender dos inevitáveis ataques virtuais de agências de segurança do mundo todo.

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Assange e sua equipe precisam usar mensagens criptografadas e fazer ligações redirecionados para diferentes países que evitam o rastreamento. Os documentos são tão preciosos que qualquer um que tem acesso a eles tem de passar por um rígido controle de segurança. Além disso, Assange está sendo investigado por dois governos e tem um mandado de segurança internacional contra si por crimes sexuais na Suécia. Isso significou que Assange e sua equipe precisam ficar isolados enquanto lidam com o material. Uma verdadeira operação secreta.

Documentos sobre Brasil

No caso brasileiro, os documentos são riquíssimos. São 2.855 no total, sendo 1.947 da embaixada em Brasília, 12 do Consulado em Recife, 119 no Rio de Janeiro e 777 em São Paulo.

Nas próximas semanas, eles vão mostrar ao público brasileiro histórias pouco conhecidas de negociações do governo por debaixo do pano, informantes que costumam visitar a embaixada norte-americana, propostas de acordo contra vizinhos, o trabalho de lobby na venda dos caças para a Força Aérea Brasileira e de empresas de segurança e petróleo.

O Wikileaks vai publicar muitas dessas histórias a partir do seu próprio julgamento editorial. Também vai se aliar a veículos nacionais para conseguir seu objetivo – espalhar ao máximo essa informação. Assim, o público brasileiro vai ter uma oportunidade única: vai poder ver ao mesmo tempo como a mesma história exclusiva é relatada por um grande jornal e pelo Wikileaks. Além disso, todos os dias os documentos serão liberados no site do Wikileaks. Isso significa que todos os outros veículos e os próprios internautas, bloggers, jornalistas independentes vão poder fazer suas próprias reportagens. Democracia radical – também no jornalismo.

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Impressões

A reação desesperada da Casa Branca ao vazamento mostra que os Estados Unidos erraram na sua política mundial – e sabem disso. Hillary Clinton ligou pessoalmente para diversos governos, inclusive o chinês, para pedir desculpas antecipadamente pelo que viria. Para muitos, não explicou direto do que se tratava, para outros narrou as histórias mais cabeludas que podiam constar nos 251 mil telegramas de embaixadas.

Ainda assim, não conseguiu frear o impacto do vazamento. O conteúdo dos telegramas é tão importante que nem o gerenciamento de crise de Washington nem a condenação do lançamento por regimes em todo o mundo – da Austrália ao Irã – vai conseguir reduzir o choque.

Como disse um internauta, Wikileaks é o que acontece quando a superpotência mundial é obrigada a passar por uma revista completa dessas de aeroporto. O que mais surpreende é que se trata de material de rotina, corriqueiro, do leva-e-traz da diplomacia dos EUA. Como diz Assange, eles mostram “como o mundo funciona”.

O Wikileaks tem causado tanto furor porque defende uma ideia simples: toda informação relevante deve ser distribuída. Talvez por isso os governos e poderes atuais não saibam direito como lidar com ele. Assange já foi taxado de espião, terrorista, criminoso. Outro dia, foi chamado até de pedófilo.

Wikileaks e o grupo e colaboradores que se reuniu para essa empreitada acreditam que injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar. E que, com a ajuda da internet, é possível levar a democracia a um patamar nunca imaginado, em que todo e qualquer poder tem de estar preparado para prestar contas sobre seus atos.

O que Assange traz de novo é a defesa radical da transparência. O raciocínio do grupo de jornalistas investigativos que se reúne em torno do projeto é que, se algum governo ou poder fez algo de que deveria se envergonhar, então o público deve saber. Não cabe aos governos, às assessorias de imprensa ou aos jornalistas esconder essa ou aquela informação por considerar que ela “pode gerar insegurança” ou “atrapalhar o andamento das coisas”. A imprensa simplesmente não tem esse direito.

É por isso que, enquanto o Wikileaks é chamado de “irresponsável”, “ativista”, “antiamericano” e Assange é perseguido, os cinco principais jornais do mundo que se associaram ao lançamento do Cablegate continuam sendo vistos como exemplos de bom jornalismo – objetivo, equilibrado, responsável e imparcial.

Uma ironia e tanto.

*Natália Viana é jornalista e colaboradora do Opera Mundi 
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Vazamentos testam o nervo nuclear de Teerã

1/12/2010, Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online 


“WikiLeaks comprova que o mundo partilha as mesmas preocupações contra um Irã nuclear.”
Hillary Clinton, secretária de Estado, EUA

A secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton quer ganhar de um modo ou de outro; lamenta a divulgação não autorizada de milhares de documentos do governo dos EUA e promete fazer o que tiver de ser feito para conter os vazamentos e, simultaneamente, procura beneficiar-se do vendaval que sopra hoje sobre o Irã. 

Os 219 telegramas diplomáticos enviados por funcionários dos EUA e divulgados até agora, de um arquivo declarado de 251 mil telegramas obtido por WikiLeaks – estão sendo interpretados como autênticos por grande parte da mídia ocidental, embora não se possa comprovar que todos os telegramas sejam autênticos ou que não haja telegramas ‘plantados’ nos arquivos, o que configuraria mais um movimento de EUA e Israel preparando a guerra contra o Irã e suas supostas ambições nucleares. 

Algumas das revelações dos arquivos WikiLeaks foram recebidas como maná pelos falcões mais linha-dura dos EUA, Europa e Israel, que exigem ataque militar ao Irã. Por exemplo, os telegramas em que o embaixador dos EUA diz que o saudita rei Abdullah pressiona Washington para que ataque militarmente o Irã, pressão que se vê também feita por outros líderes do Conselho de Cooperação do Golfo; ou o telegrama que relata que Moscou traiu obrigação contratual com o Irã para entrega do sistema de defesa aérea S-300 para reforçar a posição russa em face dos EUA; ou notícias de que a Turquia, aliada do Irã nas conversações nucleares, estaria apoiando terroristas da al-Qaeda contra o governo xiita pró-Irã no Iraque; ou notícias de que o Irã pode ter recebido cerca de 19 mísseis de médio alcance da Coreia do Norte. 

A divulgação desses telegramas coincide com notícias terríveis vindas de Teerã, de que um físico nuclear, Majid Shahriari, foi assassinado nas ruas de Teerã a caminho do trabalho, e outro, Fereydoon Abasi, foi ferido por bomba semelhante jogada em seu carro por assassinos em motocicletas. São fatos que depõem contra a segurança iraniana, quando, depois de outro ataque contra outro cientista, Masoud Ali Mohammadi, em janeiro, o Irã jurou proteger a vida de seus cientistas nucleares. 

Somados à admissão, por Teerã, de que seu programa de enriquecimento de urânio sofrera grave ataque cibernético, os vazamentos com certeza abalam a confiança dos iranianos, às vésperas de entrarem em nova rodada de conversações nucleares com “os seis do Irã” (EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) marcadas para o início de dezembro em Genebra. 

Com uma combinação de terrorismo cibernético, ataques a cientistas iranianos e a guerra psicológica alimentada pelos vazamentos de WikiLeaks – que mostram ativo front diplomático dos vizinhos árabes contra o Irã –, para não falar das sanções que estão afetando o investimento estrangeiro no Irã, inclusive no setor de energia solar, os inimigos do Irã estão ante o que lhes parece ser oportunidade perfeita para encurralar o país e forçá-lo à rendição. 

O mais provável é que todos esses esforços tenham efeito oposto ao desejado por EUA e Israel e forcem o Irã a seguir o modelo da Coreia do Norte – ou seja, que o Irã construa, sim, uma bomba atômica, algo que até agora o Irã sempre negou que esteja fazendo. Essa medida implicaria menor, não maior cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), e até a possibilidade de separar-se do Tratado de Não-proliferação Nuclear, com o fim das visitas de inspeção pela IAEA e adoção de postura militar mais bélica, em vez de, como hoje, o Irã manter posição de defesa no Golfo Persa e para além dele.

Inúmeros analistas iranianos têm dito, em contatos pessoais comigo, que há importantes lições a extrair da Coreia do Norte, a qual, como o Irã, está também sob o fogo de sanções internacionais. Uma dessas lições é que o poder “hard” [duro] é útil para gerar alavancagem; outra, é que há momentos em que é necessário jogar duro e negar ao outro lado o conforto da posição de perpétua defesa, mais benigna. 

Segundo um professor de teoria política da Universidade de Teerã que pediu para não ser identificado, o Irã não deve continuar “como alvo passivo dos golpes da guerra econômica de sanções impostas injustamente ao país, ou corre o risco de ser convertido em outro Iraque” – referindo-se às sanções pré-guerra impostas ao Iraque, que enfraqueceram o regime do partido Ba’ath em 2003, “e prepararam o país para ser invadido”. 

O problema de um Irã em posição mais beligerante é que destruirá os planos preparados para garantir combustível nuclear para o reator médico de Teerã, que garante tratamento por radisótopos a dezenas de milhares de doentes de câncer. Essa questão será discutida em Genebra e há esperanças de que se encontrem minibrechas negociáveis, com o Irã disposto a algumas concessões em termos de transparência nuclear, com passos que visem a construir confiança, em troca da manutenção do projeto de fornecimento de combustível nuclear. 

Contudo, no caso de as negociações não gerarem nenhum proveito tangível para o Irã, o mais provável é que o impasse nuclear se agrave, e os dois lados revertam a posições e abordagens mais confrontacionais, o que criará grave risco para a paz regional e para a saúde da economia global – porque ninguém duvida que, em caso de guerra contra o Irã, os preços do petróleo, segundo várias projeções já existentes, literalmente explodirão. Mesmo no caso de não haver pleno ataque militar ao Irã, escaramuças e confrontos que ocorram no Golfo Persa terão também efeitos mortais sobre o preço do petróleo e a recuperação da economia global. 

Seja como for, nem todos estão convencidos de que se deva desconsiderar automaticamente a possibilidade de jogar uma carta “Coreia do Norte” contra EUA atualmente super exigidos em duas guerras e frente a uma nova crise na Península Coreana. Isso, à luz dos ataques incessantes contra o Irã e independente do fato de que, diferente de Piongueangue, que conta com a proteção da China, o Irã não mantém nenhum relacionamento especial com nenhuma grande potência. 

Por outro lado, alguns analistas iranianos já avaliam as vantagens de construir laços mais estreitos com a China, grande parceiro comercial que recebe do Irã cerca de 13% de todas as suas importações de petróleo e enfrenta graves preocupações quanto à própria “segurança energética” –, motivo pelo qual é possível que o mundo assista a um estreitamento das relações bilaterais entre Irã e China em futuro próximo. De fato, têm aumentado as preocupações da China quanto às intenções estratégicas dos EUA que se constatam na aproximação estratégica EUA-Índia e no estreitamento da cooperação OTAN-Rússia, em detrimento de relações de solidariedade dentro da Organização de Cooperação de Xangai. 

Pequim começa a engajar-se em novas sérias rodadas de conversações geoestratégicas com Teerã, novidade, se se considera a antiquada antipatia dos chineses contra cooperação estratégica com poderes externos à sua área de influência (Ver “A China base in Iran?” [Uma base chinesa no Irã?], Asia Times Online, 29/1/2008, http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/JA29Ak03.html). 

De fato, se se considera a irritação dos chineses com os jogos de guerra e provocação dos EUA com a Coreia do Sul, tão próximos de sua zona econômica reservada, há motivos para o cauteloso otimismo dos iranianos, de que a China não aceitará novas pressões sobre o Irã. 

Não há, nos documentos vazados por WikiLeaks – que estão sendo utilizados como arma de guerra psicológica contra o Irã – nem uma palavra que comprometa ou macule o comportamento dos chineses. Quanto aos líderes russos, há evidências, nos documentos vazados, de que traíram interesses de longo prazo com vizinho confiável, para promover interesses russos no ocidente. 
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...tudo isso debaixo das barbas malcheirosas de Lula

Eu confesso, senador que estou ficando desanimada pois a cada dia que passa vejo mais e mais desmandos como escolhas de ministros bandidos, ladroes, indiciados, compra de edificio inteiro em Londres, compra de novo aeroplano mais moderno do que o Aerolula. Isso nos deixa totalmente frustrados pois nos e que pagamos tudo e nao se ve nem sombra de reacao por parte das FFAA ou do Judiciario. Do
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HOMENAGEM AOS BLOGUEIROS SUJOS


O Armarinho da Política homenageia os blogueiros(a) sujos(a) que tiveram a honra de entrevistar "O Cara". Nós também nos sentimos lá.

Na foto: "O Cara" e os blogueiros Altamiro Borges, do Blog do Miro, Renato Rovai, do Blog do Rovai, Leandro Fortes, do Blog Brasília, eu vi, José Augusto Duarte, do Blog Os Amigos do Presidente Lula, Túlio Viana, do Blog do Túlio Viana, Pierre Lucena, do Blog Acerto de Contas, William Barros, do Blog Cloaca News, Altino Machado, do Blog Altino Machado, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, Rodrigo Vianna, do Blog Escrevinhador. Também estava lá a d. Zeza, que toma Café enquanto o PIG toma Aspirinas.
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A CIA MAIS ATUANTE QUE NUNCA


Quem acha que  a Central de Inteligência Americana dorme no ponto está quadradamente enganado.

Ou terá sido por mera coincidência que um tribunal da Suécia resolveu mandar prender por crimes sexuais o australiano Julian Oauyl Assange, um dos fundadores e diretores do Wikileaks?
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A Origem do Mundo.

Jackson Pollock, Sem Título, 1951.

De manhã, apanho as ervas do quintal. A terra,
ainda fresca, sai com as raízes; e mistura-se com
a névoa da madrugada. O mundo, então,
fica ao contrário: o céu, que não vejo, está
por baixo da terra; e as raízes sobem
numa direcção invisível. De dentro
de casa, porém, um cheiro a café chama
por mim: como se alguém me dissesse
que é preciso acordar, uma segunda vez,
para que as raízes cresçam por dentro da
terra e a névoa, dissipando-se, deixe ver o azul.

Nuno Júdice, "A Origem do Mundo".
In: Meditação sobre Ruínas. Lisboa, Livros Quetzal, 1995.

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"O ESTADO CRIOU OS BANDIDOS"

Recebo do compa Pedro Alves uma entrevista que repasso na íntegra, embora extensa, mas de fácil leitura.
Coisa para meditar. 

''O Estado criou estes caras''. Entrevista com Hélio Luz, ex-chefe da
Polícia Civil do Rio


Hélio Luz, radicado em Porto Alegre, sua cidade natal e onde residem
familiares, o ex-chefe de polícia do Rio de Janeiro (de 1995 a 1997,
durante o governo de Marcello Alencar) Hélio Luz acompanha com
interesse a situação do Rio. Delegado aposentado, Luz dirigia a
Polícia Civil do Rio quando agentes prenderam o traficante Marcio
Nepomucemo, o Marcinho VP, apontado como um dos líderes do tráfico no
Complexo do Alemão – para onde fugiram bandidos armados expulsos da
Vila Cruzeiro, na última quinta-feira.

A reportagem e a entrevista é de Carlos Etchichury e publicada pelo
jornal Zero Hora, 28-11-2010.

A imagem de jovens esfarrapados, armados com fuzis, escopetas,
metralhadoras e pistolas, não surpreende Hélio Luz.

– O Estado nunca teve uma política de segurança de médio ou longo
prazo. O Estado sempre atuou com uma política de segurança imediata –
diz.

Eis a entrevista.

Como funciona o comando do tráfico no Complexo do Alemão?

Ele é diferente das demais favelas. É preciso voltar no tempo. Um dos
fundadores do Comando Vermelho (CV), Rogério Lemgruber, o Bagulhão,
foi preso na Ilha Grande, na época da ditadura, e conviveu com presos
políticos.

Qual a influência da convivência com os presos políticos?

Quando ele saiu da Ilha Grande, começou a se organizar e se juntou com
outros líderes. Um deles era o Orlando Jogador, que era do Complexo do
Alemão. O Comando Vermelho começou a tomar o espaço de outras favelas,
mudando a relação com a comunidade. O pessoal que assumia não tinha
respeito com a população, porque era de outra área. O Orlando Jogador
cresceu naquela área até ser morto, em 1994. Em seu lugar, assumiu o
Marcinho Nepomucemo, o Marcinho VP (Vila da Penha), que era o braço
direito do Orlando. Ele era da comunidade, e isso fez toda diferença
(mesmo preso, Marcinho VP continua dominando o Complexo do Alemão).

As imagens da Rede Globo o surpreendem?

É uma situação antiga. Esta formação não foi feita em dois anos, cinco
anos. Ela foi feita ao longo de 30 anos. Eles conseguem se sustentar
no Complexo do Alemão, diferentemente de outras áreas, porque são de
lá. Eles conhecem bem o terreno e a comunidade. Mas eles não
constituem exército, milícia, coisa nenhuma. É um bando de garotos que
não têm nada na cabeça. O fato de eles fugirem juntos supõe algum
nível de organização de enfrentamento. Mas não têm.

Qual foi o momento em que o Estado perdeu o controle da situação?

O Estado nunca teve uma política de segurança de longo prazo. Nem de
médio prazo. O Estado sempre operou com política de segurança de
resultados. Há duas causas para o que nós estamos vendo. Uma, mais
remota, e mais grave, que é a questão social. Outra, mais próxima, é
restrita à área de segurança.

A impressão é de que se trata de um grupo organizado.

Quando ocorre esta ação espetacular, você pensa que o Estado venceu e
que nós estamos derrotando um inimigo. Mas eles não são inimigos do
Estado, eles são integrantes do Estado, mas foram marginalizados. O
Estado criou estes caras. É produto direto do que nós fizemos. Num
nível mais direto da segurança é resultado da corrupção das polícias
do Rio.

A polícia do Rio é corrupta como mostrou os filmes Tropa de Elite e
Tropa de Elite II?

É muito mais. Se fosse como o filme, seria ótimo. O grande problema é
quantas vezes estes garotos foram presos e soltos? Foram para
delegacia e liberados? Nem fichados são. Por quê? Porque tem acerto.
Eles existem pela permissividade da polícia. Além disso, há questões
de fundo. Eles prendem estes 200 que nós vimos fugindo, mas vão
colocar aonde? E os outros, sei lá, 20 mil que têm no complexo com a
idade deles? Tem política para eles? Vai ser proporcionada uma vida
decente para eles? Como será feita a manutenção da área ocupada?

Qual a opinião do senhor sobre as UPPs?

É interessante. Eu não entendo por que colocam recrutas para montar
UPPs. Eles dizem que, na média, são uns 200 recrutas com um oficial.
Nas 14 UPPs dá algo em torno de 2,8 mil recrutas, 3 mil recrutas.
Então, 3 mil recrutas estão resolvendo a situação da criminalidade no
Rio? Tem um contingente de 40 mil policiais, mais 10 mil na Polícia
Civil, que não resolveram o problema da criminalidade. É isso que
estão dizendo? Se é isso, estão confirmando que o problema é
corrupção.

Qual a solução para o Rio?

Luz – É desconcentração de renda. Quem tem de dar palpite sobre a
segurança no Rio é aquele professor de Pernambuco, o Mozart Neves
(ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, integrante do
movimento Educação para Todos). O negócio é educação. Não tem saída.

O senhor já participou de grandes operações no Complexo do Alemão?

Já participei de operações, mas não de grandes operações. Não precisa.
Claro que agora, com essa situação, são necessárias mobilizações. Mas
os principais vagabundos do Rio foram presos sem dar um tiro. Tu
prende o cara no asfalto.

Esta é a situação mais crítica do Rio?

Em 1994, havia 140 pessoas sequestradas no Rio. O problema era muito
sério. Os empresários, na época, queriam sair do Rio. Eles faziam
seguro com empresas americanas para ter segurança na cidade. Foi um
período de caos. Acabou o sequestro no Rio. Por que acabou? Porque a
polícia antissequestro parou de sequestrar.
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LEMBRANDO O LEVANTE DE 35

O "Vermelho" órgão do PCdoB editou e publicou o vídeo abaixo, comemorando os 75 anos do levante de 1935 contra o fascismo, pelo povo brasileiro.


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Cátedra Luiz Werneck Vianna e seminário na UFJF


Com um grande e importante seminário a ser realizado entre os dias 29/11 e 3/12, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) lançará a Cátedra Luiz Werneck Vianna.

Trata-se de uma homenagem, mas sobretudo de um justo e merecido reconhecimento. Werneck Vianna é um dos mais importantes e influentes cientistas políticos brasileiros, autor de obra substantiva, da qual derivou uma consistente teoria política do Brasil.  Sua posição sempre foi singular, especialmente porque soube articular, de forma inteligente e dialética, todas as eventuais "duplas dicotômicas" com que se queira abordar a realidade: atores e circunstâncias, processos e projetos, modernidade e tradição, Estado e sociedade civil, participação e representação. Além do mais, Werneck é um cientista social público, que não somente se dispõe o tempo todo à polêmica, como também busca interpelar os atores e interferir nas batalhas políticas. 

Sua sugestões e perguntas abrem clareiras de compreensão, mesmo quando não trazem consigo respostas prontas e acabadas. Ou talvez precisamente por isso. Sua teoria sobre os dilemas e promessas da modernização capitalista do Brasil, com foco concentrado na dimensão mais imediatamente político-cultural, é de uma riqueza a toda prova. Como marxista arejado, de inspiração gramsciana, um intelectual democrata de esquerda, Werneck Vianna opera num registro que ultrapassa os parâmetros formais da ciência política que se pratica entre nós. Seus textos e suas diferentes intervenções públicas, apaixonadas e muitas vezes de difícil compreensão, trazem sempre um enfoque rigoroso, criativo, sem concessões. Têm servido de referência para que se alcance um melhor entendimento da política  e da história brasileira.  

Gosto muito de uma de suas questões recorrentes: poderá o Brasil moderno se afirmar sem o apoio da tradição? Terá condições de comandar e dirigir a tradição? Se tiver, como Werneck sugere, só poderá fazê-lo se a política estiver no comando. Uma política bem compreendida, não reduzida a ação estatal e governamental nem a "política social", especialmente na versão que tem prevalecido nos últimos anos, qual seja, a de uma política "produzida de cima para baixo, que subestima a capacidade da sociedade de se auto-organizar sem a indução benevolente de um governo compadecido". 

A programação do Seminário é a seguinte:

Segunda-feira (29/11)
19h30 — Conferência: José Murilo de Carvalho.

Terça-feira (30/11)
13h30–16h30 — “O processo de constituição da sociedade Brasileira”, com Gisele Araújo (UniRio), João Marcelo Ehlert Maia (CPDOC/FGV), Robert Wegner (Fiocruz) e André Gaio (UFJF).

18h30–21h30 — “Pensamento social brasileiro”, com Sérgio Miceli (USP), Lilia Schwarcz (USP), Maria Arminda do Nascimento Arruda (USP), André Botelho (UFRJ) e Nísia Trindade (Fiocruz).
Quarta-feira (01/12)
14h–17h — “Modernização, mundo do trabalho e desigualdade”, com Jessé Souza (UFJF), Rogério Dultra (UFF), Antonia de Lourdes Colbari (UFES) e Eduardo Magrone (UFJF).

19h–21h30 — Conferência: Francisco Weffort.

Quinta-feira (02/12)
10h–12h — “Direito e democracia”, com Gisele Cittadino (PUC-Rio), José Eisenberg (UFRJ), Marcelo Burgos (PUC-Rio) e Juliana Magalhães (UFRJ).

14h–17h — “Teoria política, república e Brasil”, com Rubem Barboza (UFJF), Cícero Araújo (USP), Antonio Carlos Peixoto (UERJ) e Raul Magalhães (UFJF).

19h–21h30 — “Perspectivas da democracia no Brasil”, com Maria Alice Rezende de Carvalho (PUC-Rio), Renato Lessa (UFF) e Marco Aurélio Nogueira (UNESP).

Sexta-feira (03/12)
9h30–12h — “Tradição e mudança no Brasil”, com Lúcia Lippi (CPDOC/FGV), Marcelo Jasmin (PUC-Rio e IESP-UERJ), Maria Emilia Prado (UERJ) e Ricardo Benzaquen (PUC-Rio e IESP-UERJ).

14h–17h30 — “Esquerda e democracia”, com Milton Lahuerta (UNESP), Cesar Guimarães (IESP-UERJ), Marcelo Camurça (UFJF) e Luiz Sergio Henriques (Gramsci e o Brasil).

19h– Conferência de Encerramento: Luiz Werneck Vianna (IESP-UERJ).
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Essa senhora eleita atraves de fraude...

So que se vivessemos num pais com perfeito Estado de Direito esses elementos jamais poderiam fazer parte da equipe de qualquer governo que se presuma democratico. Essas escolhas de indiciados, criminosos costumazes e elementos de elevada periculosidade mostram que ja nao vivemos mais numa Democracia e que essa escolha serve a conchavos e para a cultura da corrupcao que grassa no pais ha mais de 8
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CIRCO LIVRE DA BAHIA - II - O MÁGICO

Dando sequência à  história do nosso Circo apresento a vocês o Mágico.
Posando no pano de roda do circo, e vendo-se em segundo plano o anão Sr. João que é o palhaço Tampinha.
O Mágico nos deixou após decepção amorosa com sua mulher, a Mulher do Mágico, que apresentarei amanhã.
A Mágica andou escondendo vara que não era a dele.
Quanto ao anão, este depois da dissolução do Circo em 1982 foi para Goiânia, e até pouco tempo atrás trabalhava em programa infantil na televisão de lá.

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As notícias de hoje e a historiografia de amanhã

Pesquisadores nas áreas de história e comunicação já tem um excelente campo de estudos daqui para frente. Comparar, por exemplo, a cobertura jornalística do governo Lula com suas realizações. O descompasso será enorme.
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A favela hollywoodizada

Não, eu não gostei do Tropa de Elite 2. Nem poderia gostar. Em toda sua pretensão de nos iluminar sobre a conjuntura atual do Rio, o filme não passa de um pastiche de filme hollywoodiano, obedecendo, inclusive, às suas premissas mais elementares: (I) O elogio permanente à violência, demonstrada como forma máxima da expressão humana; (II) A castração das personagens, assexuadas até quando se insinuam (aqui, nem isso), reles autômatos sem libido; (III) A invisibilização da questão social, o Trabalho inexiste, tampouco qualquer menção à sua exploração. Está tudo lá, a violência é o ápice da expressão, quem domina a técnica para emprega-la mais e melhor é justamente para quem os holofotes se voltam, não existe troca de libido - ou possibilidade de -, tampouco - e principalmente - não existe questão social: Onde é que estão os fundamentos econômicos de tudo aquilo? A favela é demonstrada como um amontoado de pequenos empreendedores explorados pelos aneis burocráticos do Estado - pior do isso, a favela é narrada como se sempre estivesse ali o que, por tabela, sempre estará. Sem embargo, uma naturalização imperdoável.
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BOATO DE ACORDO INTERESSA À DIREITA

O boato de que teria havido acordo para os 600 bandidos armados não terem sido nem mortos, nem presos só interessa a quem deseja desmoralizara  ação exemplar das forças militares no Alemão.
Debatendo sobre o assunto , a melhor e mais convincente resposta que ouvi foi:
"Não dá pra fazer acordo com tantas forças no jogo: Fuzileiros, Exército, Bope, PMs, Florestal, Policia Civil....vazava na hora."
E é verdade: a garotada do tráfico, largando as armas,  passa por morador sem deixar dúvidas.
Sobretudo se não tiver antecedentes.
E sem falar na Direita dizendo que o PAC construiu rede pluvial para fuga dos bandidos...aí então...danou-se!!!
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O DIA EM QUE O GLOBO CURVOU-SE AOS BLOGUEIROS SUJOS

Palácio do Planalto, quarta-feira, 24 de novembro de 2010, às 12:30h: o fotógrafo Gustavo Miranda, da sucursal de O Globo em Brasília, com toda a cortesia, pergunta: “Boa tarde, Senhor Cloaca! Posso fazer uma foto sua?”
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Terroristas presos no Brasil nao tem sua identidade divulgada? Por que?

Pois e, segundo esses documentos, o assunto e tratado com cuidado pelo Itamarati. Ora se o Brasil prende esses terroristas e os acusa de tudo, menos de praticar e financiar o terrorismo para nao inibir os grupos terroristas como Hesbollah e extremistas sunitas,onde esta a vantagem e onde fica a punicao desses criminosos? A prisao e feita secretamente, e os individuos sao repatriados sem nenhuma
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Cablegate e transparência

Se afirma seriamente que no futuro os embaixadores não darão conselhos sinceros, se esses conselhos podem se tornar públicos. Nas últimas doze horas eu ouvi essa afirmação impressionante apresentada de diferentes maneiras em cinco diferentes redes de televisão, sem que ninguém a questionasse.
Vamos dizer isso de outro jeito. O melhor conselho é o conselho que você não defenderia em público. Mesmo? Por quê? No mundo globalizado de hoje, a embaixada não é uma fonte exclusiva de expertise. Frequentemente os expatriados e as organizações acadêmicas e comerciais estão muito melhor informadas. O melhor conselho político não é o conselho que está protegido da revisão pelos pares.
Craig Murray, ex-diplomata da Inglaterra, em defesa do Wikileaks
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Algumas das revelações do Wikileaks

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ARMAS E DROGAS SIM , MAS...600 BANDIDOS SUMIRAM NO AR

Muito estranho...2.800 homens da polícia e exército para prender ao final 20 traficantes.
Contiinuam encontrando armas e drogas (70Toneladas de maconha)  mas...traficante nenhum.
Agora há pouco a Globo entrevista um militar e mostra galerias pluviais.
Os bandidos teriam fugido por elas.
A mais de dois quilômetros de distância...teriam saído no Engenho da Rainha.
As galerias teriam sido construidas com as obras do PAC a pedido dos traficantes...
História mal contada !!!
Dois quilômetros de galerias pluviais, com mais de metro de altura,  construidas a pedido, só para rota de fuga, e sem ninguém mais na obra saber?
Seiscentos bandidos fugindo pela galeria e saindo do outro lado , sem nenhum cidadão perceber?
Nas ruas o povo continua dizendo que houve acordo...
Autoridades precisam nos contar isso melhor.
Senão, “a voz do povo é a voz de Deus”.
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" Oktapodi "



Oktapodi (2007) - Oscar 2009 Animated Short Film - Homepage.
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Caminhos do Santiago

Agora sim a internet virou um troço de fundamento!
Acaba de entrar no ar "OS Caminhos do Santiago", latifúndio virtual pra lá de produtivo ocupado pelo craque Neltair Rebés de Abreu, o Santiago. Tem a biografia do índio véio, um blog até um bolicho virtual, com gravuras e livros para vender.
Coisa fina, especial de primeira, criação do Bernardo, filho do Santiago. Vale a pena conferir!

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Por que comprar mais um aviao para Dilma? Lula leva o Aaerolula?


Por que sera substituir um aviao luxuoso daqueles? Talvez lula ira leva-lo como seu aviao particular? So pode ser isso. Vamos esperar para ver os acontecimentos. Dilma que diz que foi uma guerrilheira pela Democracia poderia muito bem usar os avioes de carreira, por que nao? Os presidentes Norte Americanos, o nosso Primeiro Ministro aqui do Canada o fazem, por que o Brasil tem que ter um aviao
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Zumbis da representação política

Salvador Dalí - Niño geopolítico mirando el nacimiento del hombre nuevo (1943)
Depois do triste espetáculo de mediocridade que exibiram durante a campanha eleitoral, os partidos políticos brasileiros estão obrigados a prestar contas e esclarecer dúvidas que estão a martelar a cabeça dos cidadãos. Para que servem, o que pretendem fazer, o que podem acrescentar à vida política do País?
Não se esperem cenas de imolação em público. Partidos não são seres dispostos ao sacrifício ou à autocrítica. Funcionam como motores focados num objetivo que subordina tudo a si: o poder, sua conquista e seu uso. Quando perdem, dizem que não foi bem assim; quando vencem, que tudo foi mérito seu e resultado do descortino dos dirigentes.

Partidos são mais como o PMDB, que, nem bem terminadas a campanha e as comemorações, já arrumou novos amigos e constituiu um bloco parlamentar para interferir na montagem do próximo governo, largando pela estrada o PT e a presidente Dilma, até então tidos como seus parceiros incondicionais.

Os partidos ficaram assim: criam problemas para os aliados do coração, traem em nome da amizade, pelas costas, como se tudo fosse normal e natural. Questionados a esse respeito, esclarecem que só agiram com o intuito de colaborar.

Partidos são como boa parte dos políticos: cuidam de seus interesses. Fazem como o prefeito Kassab, que de juras de amor incondicional ao candidato presidencial do PSDB passou à posição "realista" de cortejar o PMDB, em busca de uma vaga mais qualificada nas próximas eleições.

Mas, mesmo que sejam personagens melífluas obcecadas por poder e influência, partidos são estruturas vivas que querem se reproduzir. Sabem quando estão em risco. Percebem quando os cidadãos os convertem em elemento da paisagem e motivo de escárnio ou piada. Sentem que precisam fazer algo para não naufragarem e não perderem espaço político, prestígio ou poder de veto.

Podem então tomar duas atitudes: ou maximizam os recursos de poder de que dispõem para manter alguma força e ensaiar uma "repaginação", ou vão de cabeça erguida para a berlinda, reconhecem os erros e se esforçam para ressurgir. Se a primeira atitude costuma ter sucesso no curto prazo, é trágica no tempo largo, pois cristaliza o que existe de pior nos partidos e os condena à condição de mortos-vivos. É na segunda atitude, portanto, que estão as melhores esperanças e perspectivas.

A época atual não tem sido generosa com os partidos. Não os favorece como estruturas abrangentes, dedicadas à conquista do poder e à organização da sociedade, à agregação de consensos e interesses, à formulação de projetos e ideias. Em vez disso, a época os desconstrói, fazendo que se convertam em zumbis da representação política, que só respiram quando agarrados ao Estado.

A época está tomada pela recriação acelerada e incessante, que os partidos não conseguem acompanhar nem decifrar. Rouba-lhes substância, porque os obriga a se concentrarem no processamento de informações de baixa qualidade e porque quebra os vínculos com classes e movimentos que deram força e sentido aos partidos de massas até os anos 80, mais ou menos. Os partidos de hoje estão afastados da população e dos cidadãos ativos. Não têm militantes, só funcionários. Fazem coisas, mas ninguém sabe bem quais são.

Brigam entre si, mas não deixam claro o que os diferencia. Gastam enorme energia para executarem o básico. Consomem montanhas de recursos e consomem-se nisso, ficando sem tempo e foco para cuidar da própria identidade, da relação com a sociedade, do diálogo com a cultura e a ciência.

A campanha eleitoral de 2010 foi uma vitrine de tudo isso. Nossos partidos estão em sintonia com a grande turbulência que atingiu os partidos e os sistemas partidários no mundo todo. Têm suas singularidades, que correspondem à nossa modernidade capitalista. Ainda praticam, por exemplo, formas arcaicas de clientelismo e mandonismo, fortes em nossos grotões, e não se perturbam em seguir cardápios assistencialistas e paternalistas quando chegam ao governo. Mas são muito piores do que jamais foram.

O que farão agora?

Não dá, evidentemente, para equiparar os desafios do PT e do PMDB, que endossam os louros da vitória, com os do PSDB e do DEM, que mal digeriram a derrota sofrida. Mesmo entre estes dois últimos há boas diferenças, pois não perderam do mesmo jeito nem com a mesma intensidade. Não é à toa que os peessedebistas falam em "revitalização" e os liberais não conseguem disfarçar profunda crise de identidade.

Todos, no entanto, incluídos os menores, terão de esclarecer se têm algo a oferecer. Se quiserem trabalhar para fortalecer a democracia e introduzir padrões dignos de distribuição de renda no País, não poderão mais ficar em silêncio programático, desprezando a inteligência dos cidadãos e evitando os temas fundamentais da vida, da política e da sociedade. Não poderão mais fingir que tudo vai bem quando estão no governo e que problemas só existem porque as oposições são más e incompetentes. Terão de levar a sério a complexidade da época, a gravidade dos problemas nacionais e as dificuldades do Estado democrático atual.

Sem reduzir ou ocultar suas diferenças, estão chamados a celebrar um pacto de novo tipo. Não para dar condições de governabilidade a quem quer que seja ou preparar as próximas eleições, mas para recuperar a dimensão republicana e democrática do Estado. Não para entregar seus discursos ao marketing e ao mercado eleitoral, mas para recuperar e dignificar o valor da palavra, da argumentação e do convencimento racional. Não para tomar posse de cargos e espaços públicos como se fossem coisas particulares, mas para zelar por sua integridade, lisura e eficácia.

Precisamos de um pacto contra a mediocridade, seja no sentido da falta de mérito, seja no sentido da mesmice ordinária. Se os partidos fizerem algo nessa direção, mostrarão que podem voltar a ter vida plena. Farão com que ganhem todos, e não somente os que captarem mais votos nas próximas eleições. [Publicado em O Estado de S. Paulo, 27/11/2010, p. A2]
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CADÊ OS 600 BANDIDOS ARMADOS?

Passadas mais de 24 h da retomada do Complexo do Alemão continuo perguntando e não tenho resposta:
cadê os 600 bandidos armados que todos os órgãos informaram haver lá dentro?

Saio à rua e a fala do povo por  onde passo é a mesma:
"Foi feito acordo. Deixaram os caras sair."
Será?
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O CIRCO LIVRE DA BAHIA - I

Amigos e companheiros sugeriram que eu contasse a história do Circo-Teatro que eu e minha mulher Doia tivemos na Bahia em 1979/1981.
Uma experiência de dramaturgia popular e democrática.
Assim, hoje começo a expor fotos e pequenos posts sobre o fato.

Abaixo a foto do circo antes de ser adquirido por nós. Chamava-se Transneves Circo (Família Neves) e tinha dois mastros e capacidade para 400 pessoas sentadas nas arquibancadas.
Estava estabelecido no bairro de São Cristóvão, em Salvador.

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iPAD VAI CHEGAR AO BRASIL A PREÇO DE OURO

O mais novo "brinquedinho" eletrônico, o iPAD que nos permitirá ler "O GLOBO" e "FOLHA" on-line, e mais 60 títulos em português (este é o arquivo de obras até agora em nossa língua) chegará ao preço mínimo d R$ 1.649,00. O que  significa que poderá chegar até a R$ 2. 500,00 .
Quem quiser comprar, e não for ansioso, é só esperar um pouco e vai comprar até por R$ 600,00, afinal, estamos numa economia de livre mercado. rsrsrs
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Os Illuminati adoram quando encontram alguem com a ambicao de Lula


Tudo o que disse e verdade Tamaki e que pode ser comprovada conforme voce citou. So faltou dizer que a Nova Ordem Mundial e patrocinada pelos homens mais importantes, influentes e ricos do mundo desde Ford ate Bill Gates e essa ideia nao e de agora e de muitos, muitos anos atraz la no Sec. 18. Nunca duvidei quanto aos Iluminati pois o Olavo de Carvalho nao se cansa de mostrar tudo o que eles
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• Esposas

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Veja o que nos emprestamos ao Lula para sua gastanca sem limites...


De acordo com a explicacao do economista a " - DIVIDA EXTERNA = é como uma dívida que você deve para bancos e outras pessoas... DIVIDA INTERNA = é como uma dívida que você deve para sua mãe, pai ou parente-" , certo? Lula entao nos fez seus parentes e pegou emprestado o nosso dinheiro para fazer a sua gastanca durante oito anos, o dinheiro esta nas maos dos banqueiros internacionais para pagar
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Guerra do Rio – A farsa e a geopolítica do crime

Por José Cláudio Souza Alvesno Correio do Brasil

Nós que sabemos que o “inimigo é outro”, na expressão padilhesca, não podemos acreditar na farsa que a mídia e a estrutura de poder dominante no Rio querem nos empurrar.

Achar que as várias operações criminosas que vem se abatendo sobre a Região Metropolitana nos últimos dias, fazem parte de uma guerra entre o bem, representado pelas forças publicas de segurança, e o mal, personificado pelos traficantes, é ignorar que nem mesmo a ficção do Tropa de Elite 2 consegue sustentar tal versão.

O processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro vem ocorrendo nos últimos 5 anos.
De um lado Milícias, aliadas a uma das facções criminosas, do outro a facção criminosa que agora reage à perda da hegemonia.

Exemplifico. Em Vigário Geral a polícia sempre atuou matando membros de uma facção criminosa e, assim, favorecendo a invasão da facção rival de Parada de Lucas. Há 4 anos, o mesmo processo se deu. Unificadas, as duas favelas se pacificaram pela ausência de disputas. Posteriormente, o líder da facção hegemônica foi assassinado pela Milícia. Hoje, a Milícia aluga as duas favelas para a facção criminosa hegemônica.

Processos semelhantes a estes foram ocorrendo em várias favelas. Sabemos que as milícias não interromperam o tráfico de drogas, apenas o incluíram na listas dos seus negócios juntamente com gato net, transporte clandestino, distribuição de terras, venda de bujões de gás, venda de voto e venda de “segurança”.
Sabemos igualmente que as UPPs não terminaram com o tráfico e sim com os conflitos. O tráfico passa a ser operado por outros grupos: milicianos, facção hegemônica ou mesmo a facção que agora tenta impedir sua derrocada, dependendo dos acordos.

Estes acordos passam por miríades de variáveis: grupos políticos hegemônica na comunidade, acordos com associações de moradores, voto, montante de dinheiro destinado ao aparado que ocupa militarmente, etc.
Assim, ao invés de imitarmos a população estadunidense que deu apoio às tropas que invadiram o Iraque contra o inimigo Sadan Husein, e depois, viu a farsa da inexistência de nenhum dos motivos que levaram Bush a fazer tal atrocidade, devemos nos perguntar: qual é a verdadeira guerra que está ocorrendo?

Ela é simplesmente uma guerra pela hegemonia no cenário geopolítico do crime na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As ações ocorrem no eixo ferroviário Central do Brasil e Leopoldina, expressão da compressão de uma das facções criminosas para fora da Zona Sul, que vem sendo saneada, ao menos na imagem, para as Olimpíadas.

Justificar massacres, como o de 2007, nas vésperas dos Jogos Pan Americanos, no complexo do Alemão, no qual ficou comprovada, pelo laudo da equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a existência de várias execuções sumárias é apenas uma cortina de fumaça que nos faz sustentar uma guerra ao terror em nome de um terror maior ainda, porque oculto e hegemônico.

Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo, que permita sua sobrevivência, afinal, eles não querem destruir a relação com o mercado que o sustenta.

A farça da operação de guerra e seus inevitáveis mortos, muitos dos quais sem qualquer envolvimento com os blocos que disputam a hegemonia do crime no tabuleiro geopolítico do Grande Rio, serve apenas para nos fazer acreditar que ausência de conflitos é igual à paz e ausência de crime, sem perceber que a hegemonização do crime pela aliança de grupos criminosos, muitos diretamente envolvidos com o aparato policial, como a CPI das Milícias provou, perpetua nossa eterna desgraça: a de acreditar que o mal são os outros.

Deixamos de fazer assim as velhas e relevantes perguntas: qual é a atual política de segurança do Rio de Janeiro que convive com milicianos, facções criminosas hegemônicas e área pacificadas que permanecem operando o crime? Quem são os nomes por trás de toda esta cortina de fumaça, que faturam alto com bilhões gerados pelo tráfico, roubo, outras formas de crime, controles milicianos de áreas, venda de votos e pacificações para as Olimpíadas? Quem está por trás da produção midiática, suportando as tropas da execução sumária de pobres em favelas distantes da Zona Sul? Até quando seremos tratados como estadunidenses suportando a tropa do bem na farsa de uma guerra, na qual já estamos há tanto tempo, que nos faz esquecer que ela tem outra finalidade e não a hegemonia no controle do mercado do crime no Rio de Janeiro?

Mas não se preocupem, quando restar o Iraque arrasado sempre surgirá o mercado financeiro, as empreiteiras e os grupos imobiliários a vender condomínios seguros nos Portos Maravilha da cidade.

Sempre sobrará a massa arrebanhada pela lógica da guerra ao terror, reduzida a baixos níveis de escolaridade e de renda que, somadas à classe média em desespero, elegerão seus algozes e o aplaudirão no desfile de 7 de setembro, quando o caveirão e o Bope passarem.

José Cláudio Souza Alves é doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo e professor na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
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Violência no Rio é fruto da omissão crônica do poder público

Foto: Marcos de Paula/AE
Por Bruno Huberman da Carta Capital

O Rio de Janeiro está passando por uma situação criada pela má gestão de seus últimos governantes. A ausência do poder público nas favelas abriu espaço para o surgimento de um poder paralelo. Para o deputado federal carioca Chico Alencar (Psol), os atuais governos combatem de maneira errada esses criminosos. Insistem em intervir no varejo das armas e das drogas enquanto fazem vista grossa aos atacadistas. Enquanto a polícia faz ações espetaculares nos morros, os “traficantes burgueses” continuam a lucrar com as transações internacionais. Até porque “não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão”.

Alencar vê como simplista a responsabilidade dada às Unidades Policiais Pacificadoras (UPPs) como a principal causa dos ataques ocorridos desde o domingo 20. Para ele, as UPPs são um início, mas como elas mesmo mostraram, não serão eficazes a longo prazo se não houver uma política estrutural junto. Leia abaixo a entrevista feita por telefone com o deputado que está no Rio para acompanhar de perto os acontecimentos dos próximos dias.

CartaCapital: Como você enxerga o que está acontecendo no Rio de Janeiro?

Chico Alencar: O diretor daquela cena que corre o mundo, de mais de 200 jovens, pobres, de baixíssima escolaridade, armados, atravessando àquela estrada, que liga uma comunidade pobre a outra, chama-se: omissão crônica do poder público. Quem arregimenta esses figurantes do mal é a política institucional, do clientelismo e da reprodução das áreas de abandono das grandes cidades. Evidente, nessa altura, que isso acabaria nessa situação dramática, que não vai durar muito tempo, como sabemos. É necessário combinar as ações estruturantes das políticas que nunca existiram no Rio de educação, saúde e urbanismo, para não ter uma sociabilidade de barbárie como há nessas comunidades pobres, com a ação imediata. Víamos ontem o contraste de vários homens de chinelo com armas de potencial letal enorme nas mãos. Quem lembra de alguma operação, seja nas fronteira do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro, na Baia de Sepetiba ou na Baia de Guanabara interceptando comboios de armas e munição de maneira expressiva? Isso não acontece. O negócio transnacional das armas ninguém enfrenta.

CC: Isso mostra que os governos não agem no ponto exato, apenas na consequência do processo?

CA: Claro, agem muito mais na consequência do que na origem. Muito mais atacando o varejo armado das drogas do que nos grandes atacadistas. Claro que uma juventude sem perspectiva de vida, criada no ambiente da violência e de individualismo máximo que a sociedade de mercado estimula cria um caldo de cultura para esse tipo de situação. O interessante que nessas comunidades pobres, que são conviventes, mas não coniventes com o poder do tráfico ou das milícias igualmente criminosas, os políticos vão lá buscar votos periodicamente e muitos deles fazem acordos com os poderes locais. Na verdade é um conluio, uma cumplicidade que acabou levando a essa situação.

CC: Existe alguma solução?

CA: A esperança são a de autoridades, que respeito muito, como o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o secretario nacional de Segurança Pública, Roberto Balestra. Eles têm uma visão mais profunda sobre o problema e não são adeptos da política do extermínio dos bandidos. Os grupos armados se reproduzem muito rápido porque há uma profunda crise de valores na sociedade e de noção de país. É uma luta de todos contra todos. O monopólio da força pelo Estado só será legitimado e eficaz se de fato for poder público, ou seja, estiver a favor da sociedade e das maiorias sempre esquecidas. Temos hoje um Estado privatizado que vê os pobres das cidades como massa de manobra eleitoral e de negócios escusos.

CC: Há um avanço na política de segurança pública do Rio de Janeiro na gestão do Beltrame?

CA: Ele, ao contrário da tradição da cúpula de segurança e do ex-chefe de segurança Álvaro Lins, um emblema fortíssimo disso, não faz pacto com a corrupção. Atualmente, na cúpula, até por uma questão de sobrevivência, foram colocadas pessoas dignas. Isso não significa que acabou a corrupção na polícia. Ainda precisa de uma profunda reforma nas polícias, uma renovação, uma dignificação salarial, enfim, isso leva tempo, mas o Beltrame sempre deixou claro o respeito pelas populações dos morros. Embora, eu tenho que deixar claro, que em 2007 houve uma operação no mesmo complexo do Alemão que matou 23 pessoas, várias inocentes, algumas executadas sumariamente. Foi o Estado de barbárie entrando lá. E não adiantou absolutamente nada. Está lá uma área com o poderio entocado do tráfico. Esse tipo de ação espetacular é muito midiático, sensacionalista e ineficiente.

CC: E as UPPs?

CA: Elas representam o controle de apenas 2% do total de áreas dominadas fora do poder do Estado. Dominadas em sua maioria pelas milícias e também em boa parte pelo narcotráfico armado. Só 2% das áreas fora do controle do Estado foram, digamos “reconquistadas”. Mas pacificar não é ocupação militar. Se não houver, como não houve no Chapéu Mangueira, que é uma das UPPs mais antigas, políticas sociais, creches, atendimento de saúde, oportunidades de trabalho e espaços culturais, não resolverá o problema em profundidade. As UPPs só se realizam plenamente quando um conjunto de políticas sociais estiver sendo oferecido no morro como é oferecido em qualquer bairro do asfalto. É exagero também dizer que os ataques são apenas uma reação às UPPs, porque elas controlaram áreas do Rio de Janeiro turístico e olímpico, o que foi uma escolha política do Cabral. Claro que tem também uma insatisfação por perda de territórios, mas é um conjunto de fatores que provocaram essa reação dos traficantes, que deveria ser previsível por um serviço de Inteligência meramente decente. Não dá para prever que dois moleques vão incendiar um carro, isso é incontrolável, agora, uma previsão de que poderia haver essa orquestração, deveria estar nos cálculos, mas aparentemente houve uma surpresa do poder público com os ataques.

CC: E essa história das ordens terem saído dos presídios?

CA: É outro ponto importante que nos deixa indignados em aceitar que a ordem de articulação desse banditismo, que é tosco, iletrado e muito precário, por mais que as armas que tenham sejam poderosas, veio do Elias Maluco, do Marcinho VP, ou seja, dos presídios. Isso revela que a tal segurança máxima é muito débil porque se não consegue monitorar minimamente um advogado numa conversa ou bloquear um celular. Há muito mais do que crime organizado. Há um Estado desorganizado e dentro da própria institucionalidade do Estado um crime organizado em suas altas esferas.

CC: Há uma legitimação, nesse momento, do extermínio dos traficantes pela polícia do Rio?

CA: Acho que não. É uma expressão da opinião pública que não chegou à compreensão que o Estado não pode agir com os mesmos métodos dos bandidos. Ele tem o dever da racionalidade. Ao contrário do que aconteceu em 2007 no Alemão, a ocupação da Vila Cruzeiro, embora tenha acontecido a perda de uma menina de 14 anos por uma bala perdida, no geral, o confronto que se esperava, não aconteceu. Houve uma ação intimidatória, forte, mas o confronto foi pequeno em relação ao que poderia acontecer. Eles poderiam de imediato invadir o complexo do Alemão ou metralhar aqueles bandidos em fuga, mas não o fizeram porque há uma maior racionalidade, cautela e tática nessas ações. Além de uma maior preocupação com os direitos humanos, que é uma conquista nossa. Estou falando isso agora, mas nada me garante que nesse momento esteja acontecendo alguma atrocidade, gente desarmada sendo executada.

CC: Você anunciou que entrará com um pedido de investigação na comissão de Direitos Humanos da Câmara.

CA: Nós vamos formar uma comissão de acompanhamento, com vários deputados, para dialogar com o secretário nacional de Segurança Pública, com o ministério da Defesa e as autoridades locais do Rio de Janeiro. No sentido de acompanhar, inclusive, os recursos. Soube que no começo deste ano, o Programa Nacional de Segurança da Cidadania destinou 100 milhões de reais para o Rio. Iremos acompanhar como os recursos estão sendo utilizados para garantir uma ação que seja, no imediato, mais ponderada e efetiva, e a médio e longo prazo as políticas estruturantes. Se não cortar as fontes de abastecimento do crime pela sua cúpula que não está nos morros, porque não havia nenhum barão das drogas naquela marcha tétrica da Vila Cruzeiro ao Alemão, vai se estar sempre enxugando gelo de alguma maneira.

CC: Você chegou na quarta-feira ao Rio de Janeiro, vindo de Brasília, no meio de todos os problemas. Como estão as ruas da cidade?

CA: Eu dei uma circulada pela cidade. Eu moro numa rua, em Santa Tereza, onde ao lado dela, esses rapazes do crime passam na porta de casa, mas estão mais interessados no seu negócio, que tem muitos consumidores. O problema não é a droga, que é tão antiga quanto à sociedade humana, mas é a letalidade do negócio da droga e de seu armamentismo. Nas ruas há um ambiente de tensão. Qualquer carro que passa com a sirene ligada, como acabou de passar aqui no Largo do Machado, todo mundo olha assustado. Há uma discussão acalorada, porque o descontrole do poder público foi tão grande que qualquer muleque, estimulado pelo espírito de zoar mesmo, taca fogo em um carro. Ontem, desceram dois do Salgueiro, em área de UPP, e tocaram fogo em um ônibus. O curioso é acontecer em uma área dita “pacificada”, o que mostra que ainda tem uma relação psico-social com as populações marginalizadas, que enquanto elas não forem integradas na sociedade através da escola, cultura e no trabalho, ficam na marginalidade a disposição dessas movimentações. Atribui-se ao varejo armado das drogas um poder além do que tem de fato. Ele não terá grande fôlego se houver ação preventiva e policiamento ostensivo, mas o grande problema é estrutural, que continua criando espaço para apropriação pelo poder paralelo, que elege políticos, como no caso das milícias nessas eleições.
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O POVO POBRE DO RIO NÃO É INFANTIL.

Neste momento emocional que estamos passando fico observando posições de pessoas que se posicionam na defesa da população pobre como se esta população fosse composta de crianças que não sabem o que desejam, e nem sabem se defender, e defender seus direitos.
Isto é paternalismo, com origem na classe burguesa, espraiado na classe média. Beira isto sim, o fascismo.
Ser pobre não significa ser infantilizado.
Pobre sabe de seus direitos trabalhistas, imobiliários, de consumo etc.etc.
Há hoje, nesta democracia, dezenas, centenas, milhares  de organizações nas comunidades  de todo o Brasil que orientam e defendem esta população.
A OAB, os Conselhos de Defesa dos Direitos Humanos e muitas outras entidades estão atentos e operosos.
Mas algumas pessoas insistem em tratar os pobres como se fossem incapazes.
Só falta pegarem pela mão quando vão atravessar a rua rsrsrssrs
Pobre é responsável e não tenham dúvidas: sabe se defender muito bem dos excessos do Estado.
E sabe distinguir o que deseja. A prova disto é o maciço apoio que o povo pobre está dando às operações militares neste momento.
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Pra não dizer que não falei da "Guerra ao Tráfico"...

Nos últimos dias, tenho assistido na Rede Globo uma exemplar “cobertura cidadã” dos recentes acontecimentos no Rio de Janeiro, pautada pelo discurso de "todos unidos contra o crime/o Rio vai vencer esta batalha". Tal discurso é recorrentemente repetido em todos os braços de mídia da organização, apesar dos "veículos de comunicação" controlados pelos Marinho estarem espetacularizando o tráfico e o combate a ele em suas reportagens ao longo desta semana. Afinal, jornalismo sóbrio não dá IBOPE! Também tenho visto nas redes sociais, o crescimento da campanha “I Love Rio”, em que pessoas que não têm a mínima noção de onde fica o Complexo do Alemão ou a Vila Cruzeiro (e que, é claro, consomem o seu baseadinho socialmente) trocam as imagens de seus perfis por esta frase na língua de Shakespeare - pois todos sabem que a língua de Camões é muito brega e provinciana – e expõem ao mundo a sua indignação. Tocado por estas manifestações sinceras da cidadania e imbuído do mais puro espírito republicano, este blog humilde, porém limpinho e honesto, está lançando a campanha "Doidão, plante o que você consome". É ecológico, não tem agrotóxico, impede que o consumidor se envenene com bosta de cavalo misturada no bagulho e ainda ajuda a secar uma das fontes de recursos do tráfico! E como não podia deixar de ser, para marcar de forma contundente o lançamento de tão educativa e ambientalmente correta campanha, recorremos à sabedoria do nosso filósofo favorito, o mestre Bezerra da Silva.

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VITÓRIA ARRASADORA DO RIO NO ALEMÃO CRIA CONSTRANGIMENTO

Replico aqui artigo postado por Paulo Henrique Amorim:

"A retomada do território do Alemão pelas forças da Lei durou das 8h da manhã às 9h30 da manhã deste domingo.

Foram cerca de 1200 homens e carros anfíbios, blindados, e helicópteros numa ação coordenada pelo exemplar policial federal José Mariano Beltrame, Secretário de Segurança do Rio.

Os traficantes tinham fugido da Vila Cruzeiro para o Alemão.

As 44 saídas do Alemão foram fechadas.

Os traficantes ficaram presos lá dentro.

E as forças do delegado Beltrame, aos poucos, identificarão os criminosos e as áreas em que armazenavam drogas e armamento.

Este ordinário blogueiro entrevistou Beltrame para o Domingo Espetacular, e ele informou que tropas federais manterão a ocupação do Alemão e da Vila Cruzeiro até que novos policiais militares sejam formados e possam instalar as UPPs.

Nunca dantes na história deste país houve uma ação tão extensa, maciça e fulminantemente eficaz quanto esta no Rio de Janeiro.

A vitória de Sérgio Cabral e Beltrame cria inevitáveis constrangimentos.

Mostra, de forma escancarada, que nenhum governante pode mais fechar os olhos, sentar em cima das mãos, conciliar, ou fazer acordo secreto com o crime organizado.

O Rio de Janeiro era e é uma área de forte consumo e tráfico de droga.

Mas não é a única.

E um dia e, um dia, a casa cai.

O crime organizado vai para a rua, queima ônibus, atira em postos da polícia, tranca ruas e cospe na cara do governante.

Sérgio Cabral e Beltrame demonstraram que é possível enfrentar o crime organizado.

Só não enfrenta que fez acordo com ele ou dele tem medo."


Paulo Henrique Amorim

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"Nunca antes na história deste país"...



Se o governo Lula pecou no quesito comunicação, praticamente encerrando o mandato com Hélio Costa (ex-funcionário da Rede Globo) como ministro das Comunicações, a “suposta” entrevista dada aos blogueiros “sujos”, foi um ato de contrição!

No dia da entrevista todos aqueles que se interessam por política, assistiram ao vivo pela internet, os comentários que ocorriam simultaneamente ao “suposto” fato (?). Inclusive as editorias de política do PIG (Partido da Imprensa Golpista). 

Aquele momento não lhe pertencia ao PIG. “Nunca antes na  história deste  país” houve alguma coisa assim. Se este evento, tratado como “suposto” pelo O GLOBO, foi importante para os “blogueiros sujos”, o PIG assinou e carimbou transformando esta suposta entrevista em fato. Impossível o PIG não publicar transformando o ocorrido em um “não fato”. Se já era fato de  o PIG  responder a opiniões e questionamentos de blogs, hoje um grupo de "alucinados sujos" foram geradores do fato em si!

O PIG é pródigo em amplificar factóides. Assistimos este comportamento durante o processo eleitoral; factóides amplificados convenientemente pela mídia corporativa , boicotando de todas as maneiras o bom jornalismo, a prestação da informação e a fidelidade canina aos fatos (como define Mino Carta).

No dia seguinte a entrevista, vários jornais trataram sobre o assunto. A entrevista não atendeu aos interesses do PIG. Não rendeu exclusividade ou patrocínio, e provocou ciúmes e calafrios em vários editorialistas. Os blogs de direita e as mídias do PIG tentaram minimizar, ridicularizar e  desqualificar de todas as maneiras aquilo que foi um marco na questão da exposição dos blogs. Simples mortais entrevistaram um Presidente da República sem que este tivesse acesso previamente as perguntas. 

A Folha de São Paulo deu-se ao trabalho de vasculhar o blog do “Sr.Cloaca” encontrando 142 posts contra o rei da bolinha de papel, José Serra. 

Lembramos que, dias antes desta entrevista, o governo federal realizou  o Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, em Brasíl. Onde foram apresentados estudos da UNESCO sobre esse setor no Brasil.

“A criação de um órgão independente para regular o conteúdo da mídia eletrônica no país, além de retirar do Congresso a incumbência de aprovar as concessões de rádio e TV, são sugestões feitas ao Brasil pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Para a Unesco, a concessão pelo Congresso pode ser legal, mas “não atende aos padrões internacionais”. O advogado Toby Mendel, consultor internacional da Unesco, disse que “este sistema de licenciamento — por políticos – não existe em nenhum lugar do mundo”. [SUL21]

Assistir Lula dirigir-se ao William Barros, tratando-o por Sr.Cloaca, não tem preço. O Bolog do Sr Cloaca é o Cloaca News e trata do “jornalismo de esgoto”.  Durante a entrevista, Lula destacou que após um período para completar o desencarne do cargo, ele se tornará blogueiro e tuiteiro!

Aguardamos ansiosos.


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